1° Congresso Internacional de Emissoras Públicas 

Universidade de São Paulo

Nos dias 21 e 22 de maio de 2025, no auditório István Jancsó, da Biblioteca José e Guita Mindlin, na USP, em São Paulo, algo de bastante incomum teve lugar. Aconteceu ali o 1º Congresso Internacional de Emissoras Públicas, com a minha coordenação direta. A Superintendência de Comunicação Social da USP, sob minha gestão, organizou o evento, em parceria com a Rubra (Rede de Rádios Universitárias do Brasil), presidida pela professora Norma Meireles. A Fundação Padre Anchieta de São Paulo, responsável pela TV Cultura e pela Rádio Cultura, também apoiou o Congresso. Fábio Magalhães, presidente do Conselho Curador da Fundação, tomou parte dos debates. Sua sucessora, Neca Setúbal, que tomaria posse nas semanas seguintes, acompanhou quase todas as mesas. A EBC (Empresa Brasil de Comunicação) enviou seus quadros mais altos, a começar do então presidente, Jean Lima.
Digo que o evento foi incomum porque, antes dele, apenas os dois Fóruns Nacionais de TVs Públicas, organizados pelo Ministério da Cultura e pela Radiobrás (depois pela EBC), entre o primeiro e o segundo governos de Luiz Inácio Lula da Silva, tiveram dimensão análoga.
Mas aqueles dois encontros tiveram um recorte nacional, diferentemente do que aconteceu com o que fizemos agora, em 2025, marcadamente internacional.
O Congresso recebeu convidados representando 12 países da Europa, da América do Norte, da América do Sul e da África. Pesquisadores e dirigentes de televisões e rádios de Alemanha, França, Portugal, Reino Unido, Brasil, México, Moçambique, Estados Unidos, Chile, Peru, Uruguai e Argentina vieram ao campus do Butantã. A Unesco participou remotamente.
Nos painéis que se sucederam, temas como a sustentação financeira dessas instituições, regime de sua governança, com independência editorial e administrativa, bem como o pesadelo da desinformação que corrói as malhas epistêmicas da democracia, foram discutidos a fundo. Todas as mesas foram preparadas por uma pauta prévia, o que contribuiu para elevar o padrão das informações de base, a partir das quais os debates se
estabeleceram.
Não foi só isso. Ao final dos dois dias de trabalho, grupos temáticos se reuniram nas salas da ECA (Escola de Comunicações e Artes), no mesmo campus, para aprofundar a parte propriamente acadêmica do Congresso. Sob a condução do professor Luciano Victor Barros Maluly e a colaboração de Gislene Nogueira Lima e Lenize Villaça, cinco grupos receberam a
apresentação de resumos expandidos, em sete sessões. Os grupos tiveram a coordenação dos professores Luciano Guimarães, Luiz Fernando Santoro, Vítor Souza Lima Blotta, Elizabeth Saad, Ivan Paganotti, Roseli Fígaro e Celbi Pegoraro, e a vice-coordenação de Magaly Prado, Karla Meira, José Agnaldo Montesso Júnior, João Pedro Malar, Ana Paula Cardoso, Luís Henrique Gonçalves e Helton Lucinda Ribeiro. No total, foram apresentadas 33 comunicações acadêmicas, com autores e autoras de 13 universidades.
Sob todos os pontos de vista, o Congresso superou as nossas mais altas expectativas.
Desde a abertura, que teve a presença do reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Jr., e da vice-reitora, Maria Arminda do Nascimento Arruda, com o auditório István Jancsó, de 280 lugares, lotado, até a sessão encerramento, que teve depoimentos emocionados, tudo transcorreu com entusiasmo, em clima fraterno e com fundamentações práticas e teóricas de alto nível. A carga informativa sobre os contextos de cada país trouxe vários cenários até
então desconhecidos dos profissionais e pesquisadores do Brasil.
Um pouco do que foi o Congresso poderá ser lido neste livro, organizado por Luciano Victor Barros Maluly, Gislene Nogueira Lima, José Agnaldo Montesso Júnior, Ana Paula Cardoso, Marcia Blasques, Lenize Villaça e Marcello Rollemberg. Nestas páginas, estão disponíveis tanto os painéis com os dirigentes de emissoras públicas quanto os textos acadêmicos apresentados nas sessões dos grupos, na ECA. É com alegria que entregamos essa consolidação ao público amplo.
Eu não poderia encerrar esta breve introdução sem registrar meus agradecimentos às pessoas sem as quais nem o Congresso nem este livro teriam sido possíveis. Muito obrigado a Verônica Poli, Gislene Nogueira Lima, Marcia Blasques, Luciano Victor Barros Maluly, Vítor Souza Lima Blotta, Norma Meireles, Eneas Carlos Pereira, Anilda de Fátima Alves de Souza, Christiane de Alcântara Braga, Clayton Augusto Pinto (in memoriam), Marcia Aparecida de Almeida Cruz, Maria Catarina Lima Duarte e a toda a equipe da Superintendência de Comunicação Social da USP.

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