A comunicação pública do clima e riscos de desastres: imbricações comunicacionais sobre as políticas públicas em Curitiba, Brasil

As comunidades que vivem em áreas de risco climático são impactadas diretamente por políticas públicas e práticas na governança do clima e se insere em uma agenda própria da comunicação pública desde a perspectiva da participação social. O objetivo geral foi verificar imbricações comunicacionais a nível local, relacionadas ao PlanClima e Projeto de Gestão de Risco Bairro Novo do Caximba (PGRC), ambos em curso na cidade de Curitiba. Entre os objetivos específicos incluiu-se identificar como a comunicação se insere nas diretrizes e normativas, percepções da comunidade e envolvimento no processo. Os públicos-interlocutores participantes desta investigação vivem em áreas de risco a inundações e enchentes na vila Barigui da Cidade Industrial e vila 29 de outubro no Caximba, e os agentes públicos na prevenção de desastres atuam em Curitiba. O percurso investigativo baseou-se em autores de diferentes tradições para observar narrativas, linguagens, ações e a influência do agenciamento. Fez-se interrelações entre a comunicação pública e a comunicação do risco de desastres a partir das dimensões relacionais da justiça climática e reconhecimento. O método qualitativo encontrou na pesquisa-ação o alinhamento ao propósito da comunicação pública por intermédio da oferta de oficinas. Os principais resultados apontam que: diretrizes e normativas analisadas têm características de comunicação governamental; dimensões relacionais são necessárias para a construção de vínculos de confiança e participação ativa permanente com as comunidades em risco; políticas públicas do clima requerem uma base conceitual alicerçada na interrelação entre a comunicação pública e a comunicação do risco de desastres. A aplicabilidade do constructo para Mensuração de Atitudes em Comunicação do Risco de Desastres, proposto neste estudo, foi aplicado nas entrevistas em profundidade, visitas domiciliares e como roteiro nas oficinas.