O artigo analisa as controvérsias sobre a participação de cientistas sociais nos debates legislativos promovidos pela Câmara dos Deputados brasileira. São consideradas as controvérsias em dois níveis: no plano interno da burocracia e na percepção dos próprios cientistas sociais que participaram das discussões. O texto é guiado pela visão de Bauman de que cientistas sociais são vocacionados para atuar criticamente na esfera pública como intérpretes de controvérsias. A metodologia teve como base a análise de 50 entrevistas, sendo 30 com cientistas sociais e 20 com servidores da Câmara. Os resulta- dos indicam que as controvérsias são variadas, tais como: formas de controle de opinião e vigilância ideológica; baixo engajamento dos parlamentares; falta de profundidade nas discussões; desinformação dos parlamentares sobre os temas em pauta; realização de debates “só para constar”.