No início da década de 1970, a ditadura militar brasileira sonhou em montar uma emissora de rádio capaz de cobrir o mundo inteiro. A seguir, mudou os planos sob o argumento de que era preciso defender a Amazônia de uma invasão estrangeira pelas ondas sonoras. Quinze anos bastaram para o projeto ser desfeito e a maior parte das estações ser transferida para empresas e governos estaduais e municipais – que as abandonariam na sequência.
No livro “Entre plantações de morangos, florestas e oceanos: arquivos esquecidos da Rádio Nacional recontam a origem da Radiobrás”, Octavio Penna Pieranti retrata uma história de idas e vindas, sonhos e fracassos, megalomania e realidade que marcaram a Rádio Nacional e, depois, os primeiros anos da Radiobrás. Essa trajetória é reconstituída principalmente a partir de documentos oficiais analisados pela primeira vez e de entrevistas com quem viveu e ajudou a pavimentar esse caminho.
