A ruptura política oficializada no Brasil, em março de 2016, com a volta da direita ao poder, via abertura de processo de impeachment, seguida por imediatas mudanças no nome e no status do órgão responsável por fomentar políticas de transparência, acesso à informação e controle social no Brasil é o marco sócio histórico da análise comparativa diacrônica que este artigo se propõe a apresentar. A partir da comparação entre os ethé atribuídos, em 2015, à Controladoria Geral da União (CGU) e, em 2016, ao Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle (MTFC), em 38 notícias publicadas no site do órgão, objetiva-se identificar alinhamento discursivo com os modelos de democracia participativa e liberal. Para a realização deste estudo, tem-se como referenciais teóricos as noções de ethos propostas por Maingueneau (2013) e Amossy (2013) combinadas com a perspectiva bakhtiniana (2004) sobre ideologia e os aportes teóricos sobre democracia (BOBBIO, 2000; LUBENAW, 2010, BENHABIB, 1992). O ethos atribuído com maior recorrência em 2016 foi o de eficiência. Já em 2015, os ethé mais frequentemente atribuídos são os de liderança democrática e articulador social.