Ethé atribuídos ao órgão de controle da transparência no Brasil

MENEZES, Lília Gomes Ferreira de. Ethé atribuídos ao órgão de controle da transparência no Brasil. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, v. 61, p 1-17, 2019.

MENEZES, Lília Gomes Ferreira de

A ruptura política oficializada no Brasil, em março de 2016, com a volta da direita ao poder, via abertura de processo de impeachment, seguida por imediatas mudanças no nome e no status do órgão responsável por fomentar políticas de transparência, acesso à informação e controle social no Brasil é o marco sócio histórico da análise comparativa diacrônica que este artigo se propõe a apresentar. A partir da comparação entre os ethé atribuídos, em 2015, à Controladoria Geral da União (CGU) e, em 2016, ao Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle (MTFC), em 38 notícias publicadas no site do órgão, objetiva-se identificar alinhamento discursivo com os modelos de democracia participativa e liberal. Para a realização deste estudo, tem-se como referenciais teóricos as noções de ethos propostas por Maingueneau (2013) e Amossy (2013) combinadas com a perspectiva bakhtiniana (2004) sobre ideologia e os aportes teóricos sobre democracia (BOBBIO, 2000; LUBENAW, 2010, BENHABIB, 1992). O ethos atribuído com maior recorrência em 2016 foi o de eficiência. Já em 2015, os ethé mais frequentemente atribuídos são os de liderança democrática e articulador social.

 

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