Para concretizar a acessibilidade da transparência, organizações intermediárias, como o Jornalismo, exercem um papel de destaque ao repassar ao público os dados disponíveis. O objetivo desse artigo, portanto, é compreender como as agências de checagem de fatos se aproveitaram dos recursos de transparência pública para construir seus textos. Foi realizada uma investigação comparada de quatro agentes de países distintos: Agência Lupa (Brasil), Factcheck.org (EUA), Pagella Politica (Itália) e Correctiv (Alemanha). Em todas, informações fornecidas pelo Estado em suas páginas de Internet (ou seja, transparência ativa) foram a principal fonte: em ordem, 63,5% (Brasil), 53,4% (Itália), 52,7% (EUA) e 29,2% (Alemanha) dos textos se valiam de dados públicos para suas conclusões. Associar Jornalismo de checagem e transparência remete à noção de sistemas-peritos, sobretudo ao demonstrar que atores externos ao Estado também são capazes de participar do processo de abertura das instituições públicas.