Mídia & Pandemia: estratégias contra a desinformação

Caro leitor, cara leitura, o presente livro que você tem em sua
mão ou na tela do seu computador é fruto de um raro momento da
pesquisa em Comunicação no Brasil, em particular nos estudos de
mídias digitais e jornalismo.
Luto, melancolia, esperança, solidariedade foram não só palavras, mas sentimentos vividos coletivamente nas diversas esferas da sociedade. Famílias que não podiam se despedir de seus entes queridos; uma doença que se espalhava rapidamente e que exigia dos governos uma resposta rápida e eficaz; o necessário isolamento social que foi tão incompreendido; a pandemia de desinformação criada para se desestruturar uma reação eficaz por parte da sociedade; ignorância e o ódio político sendo cultivados nas redes sociais e nos aplicativos de troca de mensagens; a esperança pelo avanço das pesquisas e o desenvolvimento de uma vacina; a expectativa da chegada de uma vacina no país; a gestão da crise de comunicação por parte dos governos ou a falta dela; o bom combate nos hospitais em que muitos técnicos de enfermagem e outros profissionais da Saúde se contaminaram e morreram; a virtualização das relações e a reconfiguração das sociabilidades; a luta nas universidades de todo mundo para o avanço das pesquisas sobre a doença; a alegria de se vacinar para poder sobreviver; a recusa em tomar a vacina por desinformação ou voluntária ignorância e por fim o horror político de um governo negacionista que se eximia de seu dever de defender a população do país.
Todos esses sentimentos e experiências misturados nos fazem
parar para pensar na importância dessa pesquisa coordenada pela
professor Sandra Raquew dos Santos Azevedo e desenvolvida pelo coletivo de professores e estudantes. As perversas bolhas do WhatsApp criadoras de realidades paralelas que chegam ao delírio de uma matrix perversa; a perda de influência dos veículos tradicionais de comunicação, jornais e revistas impressas; a gestão das novas mídias e sua relação com a saúde em particular; o gerenciamento de crise e gestão de conteúdo com ênfase no fenômeno das fake news; a rotina jornalística da cobertura ao fenômeno da Covid-19; o agendamento midiático no jornal Folha de S. Paulo; o papel de instituições locais
e nacionais para a criação de um ambiente no qual as informações verdadeiras pudessem circular e as chamadas fake news pudessem ser combatidas; a ascensão dos podcasts como novos formatos de um rádio expandido. Tudo isso, você leitor, leitora, vai encontrar aqui, nos cinco artigos reunidos nesse livro.