O objetivo deste artigo é identificar os discursos construídos sobre direito à terra a partir da análise dos enquadramentos midiáticos da cobertura jornalística realizada pelos jornais Folha de São Paulo, O Globo e O Estado de São Paulo sobre as Comissões Parlamentar Mistas de Inquérito (CPMI) da Terra e do ‘MST’. As investigações citadas, enquanto espaço político de debate e disputas acerca de temas que envolvem o direito à terra, foi motivo de acompanhamento jornalístico. As investigações foram capazes de agendar temas relacionados ao direito à terra nos meios de comunicação, o que abre o questionamento acerca dos enquadramentos utilizados e de que forma isto contribuiu para os interesses ruralistas, em detrimento dos interesses concorrentes. Considerando que os interesses dos ruralistas são mais bem posicionados que outros, definindo assim relações de dominação e poder, a análise dos meios de comunicação se torna importante diante da construção de subjetividades coletivas e consensos que fortalecem a hegemonia dos interesses ruralistas.