Pequeno guia de relacionamento com a imprensa para fontes da área pública

DUARTE, Jorge Antonio Menna. Pequeno guia de relacionamento com a imprensa para fontes da área pública. In: SEABRA, Roberto; SOUSA, Vivaldo de (orgs.). Jornalismo Político: teoria, história e técnicas. Rio de Janeiro: Record, 2006. p. 271-306.

DUARTE, Jorge Antonio Menna

“Causa sempre espanto quem quer atuar na vida pública, mas não quer saber de jornalista”, escreveu Roberto Pompeu de Toledo, na Veja. “É como querer ser médico, mas não poder ver sangue. Ou amar futebol, mas ter horror à bola”, comparou. É da natureza do ator político lidar com a imprensa como forma de prestar contas à sociedade. Mais do que isso, é estratégia de gestão e necessidade de sobrevivência política. A imprensa permite ao homem público mostrar o que faz e o que acredita, esclarecer, agendar interesses, obter reconhecimento, divulgar ações e, como arena privilegiada de debate político, em grande medida, influenciar a formação da opinião pública. Pela penetração e credibilidade é o meio mais eficiente de obter compreensão e visibilidade junto a um público vasto e heterogêneo. Em abril de 2005, Dom Eusébio Scheide, arcebispo do Rio de Janeiro, antes de viajar para o conclave que escolheria o novo papa, foi objetivo ao definir o perfil do indicado: “O papa que entrar tem que ser um homem da mídia. Não vai, hoje, sem mídia”. Como sabemos, há séculos nenhuma outra instituição tem estrutura, capilaridade e contato direto com seu público como a Igreja e ainda assim o Papa precisa da imprensa para transmitir sua mensagem. […]

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