Percepção de jornalistas homens e mulheres que atuam nos Institutos Federais brasileiros: desafios e dificuldades do ser mulher jornalista

TELES, A. M; OLIVEIRA MOURA, D. Percepção de jornalistas homens e mulheres que atuam nos Institutos Federais: Desafios e dificuldades do ser mulher jornalista . Sur le journalisme, About journalism, Sobre jornalismo, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 96–117, 2024. DOI: 10.25200/SLJ.v13.n1.2024.557.

OLIVEIRA MOURA, D. e TELES, A. M

Este texto aborda os desafios e dificuldades enfrentados pelas mulheres, que atuam como jornalistas nos Institutos Federais (IFs), e busca analisar a percepção tanto de jornalistas homens quanto de mulheres destas instituições, sobre essas questões. O estudo, que integra uma pesquisa de doutoramento, foi realizado através da aplicação de um survey online produzido na plataforma Google Docs e respondido por 173 jornalistas que atuam nos setores de comunicação dos IFs do país. Para este texto, recortamos uma parte do questionário, que diz respeito aos desafios enfrentados pelas mulheres na sociedade, especialmente no jornalismo e, por meio da Análise de Conteúdo (Bardin, 1977), elencamos seis categorias de análise. Em síntese, os resultados da nossa pesquisa apontam que as mulheres jornalistas dos IFs brasileiros convivem com situações de assédio moral o qual manifesta-se, por exemplo, nas atitudes de mansplaning e manterrupting no ambiente de trabalho, têm as carreiras negativamente impactadas em termos de visibilidade, status profissional, renda e hierarquia institucional (glass ceiling) e, adicionalmente, as jornalistas mulheres respondentes, manifestam uma narrativa de eufeminização e censura ao descreverem as situações de violência simbólica pelas quais passam nos IFs. A metáfora do glass ceiling representa a exclusão de mulheres das posições de liderança nas corporações assim como na economia, política e na cultura (Berheide, 2013). Tais barreiras verticais (glass ceiling/teto de vidro) e outras barreiras horizontais (as quais delimitam os tipos de profissões assim como reduzem os postos diversificados dentro de uma mesma profissão) têm sido identificadas também em estudos que realizamos de comparação internacional (Moura et al., 2018) acerca das barreiras verticais e horizontais nas carreiras de mulheres jornalistas.

Compartilhe