Entenda por que a publicidade é proibida nas arenas da Olimpíada e permitida na Paraolimpíada

Está gravada no piso das quadras, perto das pistas e em volta da piscina uma das diferenças marcantes entre a Olimpíada e a Paraolimpíada. Enquanto o primeiro evento proíbe a publicidade dentro das arenas, o segundo permite.
Foto: André Motta / Ministério do Esporte/ Divulgação
Talvez o mais gritante sinal das diferenças nas regras esteja na quadra de basquete em cadeira de rodas, que conta com quatro enormes espaços publicitários dentro das quatro linhas, o que faz com que os atletas passem “por cima” das marcas das empresas pintadas no piso.
A regra 50 da Carta Olímpica expressa a proibição desse tipo de propaganda nos locais de competição dos Jogos Olímpicos:
“Nenhuma forma de propaganda ou outra publicidade deve ser permitida dentro ou acima dos estádios e áreas de competição que são considerados parte dos locais olímpicos. Instalações comerciais e cartazes publicitários não podem ser permitidos nos estádios e outros locais esportivos.”
Em contato por e-mail com ZH, a assessoria de imprensa do Comitê Olímpico Internacional explicou o motivo da determinação e garantiu que não há possibilidade de ela ser revogada em um futuro próximo.
“Esta política única de um campo de jogo “limpo” nos Jogos Olímpicos os diferencia de outros grandes eventos esportivos. Ao não permitir que marcas comerciais apareçam no campo de jogo, a ênfase é colocada no esporte, fortalecendo e protegendo o valor da marca olímpica. Não há previsão de revisar essa regra”, escreveram os representantes do COI.
A Paraolimpíada, que é disputada sob as regras de outra entidade, o Comitê Paraolímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), não tem as mesmas restrições. Segue, assim, a tendência da maior parte dos eventos esportivos, que vendem espaços publicitários no local onde a ação se desenrola.
Assim, marcas como Bradesco, Nissan e Powerade, que já eram patrocinadoras da Olimpíada (mas não podiam expor a marca nas arenas) ganharam a companhia de estatais como Embratur, Caixa e Petrobras nas placas de publicidade dos locais de competição. No mês passado, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou que cinco empresas públicas trariam aporte de R$ 100 milhões à organização dos Jogos.
— Isso será feito com a exposição da marca de cada uma das empresas ou com a exploração da marca do evento em favor das empresas. Placa, banner e a exploração de marca — afirmou, à época.
— Quando começamos a discutir com novos patrocinadores, os Jogos Olímpicos já tinham sido encerrados. Como o IPC não exige a arena limpa, decidimos incluir essa exposição na negociação — relatou Mário Andrada, diretor de comunicação do Comitê Rio 2016, em entrevista recente à Folha de S. Paulo.
Andrada também destacou que as marcas parceiras na Olimpíada foram consultadas sobre a inclusão de novas empresas entre as que teriam exposição nas quadras e pistas. ZH perguntou ao Comitê qual o valor total dos recursos oriundos da publicidade nas arenas. A assessoria de imprensa informou que o balanço financeiro será revelado somente após o fim do evento.
Fonte: DC

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