Uma banana atirada em um campo de futebol na Espanha, um rapaz sendo agredido com uma lâmpada fluorescente em plena Avenida Paulista, em São Paulo, jovens expulsos de uma loja da Apple em Melbourne, na Austrália, uma menina sendo apedrejada no Rio de Janeiro, um candidato a presidente dos Estados Unidos propondo separar seu país do vizinho com um muro, outro, já construído, separando manifestantes pró e contra à então presidente da República, em Brasília.
Durante três meses – de abril a junho de 2016 – o Comunica Que Muda (CQM), uma iniciativa da agência
nova/sb, monitorou dez tipos de intolerância nas redes sociais, em relação à aparência das pessoas, às suas classes sociais, às inúmeras deficiências, à homofobia, misoginia, política, idade/geração, racismo, religião e xenofobia.
Toda vez que alguma palavra ou expressão referente a um desses assuntos aparecia em um post do Facebook, do Twitter, do Instagram, de algum blog ou comentário em sites da internet, este post era recolhido e analisado pela equipe do CQM, com ajuda de um software de monitoramento, o Torabit.
Foram analisadas nada menos do que 393.284 menções, e o resultado é acachapante. Nos dez temas pesquisados, o percentual de abordagens negativas está acima de 84%. A negatividade nos temas que tratam de racismo e política é de 97,6% e 97,4%, respectivamente, quase empatados. Ou seja, os comentários positivos, ou neutros, sobre esses dez temas nas redes são diariamente encobertos por uma torrente de comentários negativos.
Eles expressam enormes intransigências, ataques e zombarias em relação a esses assuntos ou a pessoas – sejam públicas ou não. É importante notar também que a intolerância de maior audiência é a política (quase 220 mil menções), mais de quatro vezes superior à misoginia, que aparece em segundo lugar, com quase 50 mil menções. O tema da política reflete, necessariamente, o contexto de crise política e econômica pelo qual passa o País.
Outro dado relevante é a comparação da quantidade de menções sobre intolerâncias entre os Estados do País. Em números absolutos, a unidade da Federação que mais apresenta menções, cuja esmagadora maioria é de menções intolerantes, é o Rio de Janeiro, com mais de 58 mil menções – 0,352%, segundo lugar na proporcionalidade em relação à sua população, que é de 16,5 milhões –, conforme estimativa do IBGE em 2015. Proporcionalmente, o Distrito Federal é o mais intolerante, com mais de 11 mil menções (0,411%). São Paulo, que é o segundo em números absolutos, 50 mil menções, está em sétimo lugar em proporcionalidade (0,114%). Mais detalhes na tabela ao lado, cujo ranking se dá em número absoluto de menções.
Por acreditar na comunicação pública como agente transformador na vida das pessoas é que o Comunica Que Muda mergulhou por três meses nas principais redes sociais do País para produzir um retrato das intolerância que sofremos e cometemos em nosso cotidiano. Investigamos as causas, formas e consequências desse fenômeno crescente que transita livremente nas timelines, casas, salas de aula e escritórios de todos. Por fim, discutimos formas de lidar com o problema e propomos saídas que, invariavelmente, passam pela comunicação e o diálogo como forma de minimizar as tensões e aumentar a empatia entre os diferentes.
Intolerância no Brasil um problema de todos
No entanto, como podemos medir o quão intolerante o brasileiro realmente é? Uma das formas é a de comparar dados daqui com os do restante do mundo. Pesquisa realizada pelo antropólogo Luiz Mo encontrou um número assustador: 44% dos casos de assassinatos de homossexuais do mundo ocorreram em território brasileiro. O País lidera as estatísticas de mortes da comunidade LGBT.
E esse é só o princípio da discussão sobre a intolerância no Brasil. Somente em 2015, tivemos um aumento de 633% dos casos de xenofobia, sendo que somente 1% destes resultaram em processo judicial. No Congresso Nacional, um deputado deu seu voto sobre o impeachment homenageando um torturador em rede nacional. Até junho de 2016, tivemos mais de 50 casos de linchamentos registrados. Pastores estimulam fiéis em favor da intolerância contra o público LGBT. Quer mais? Negros continuam recebendo salários menores do que os dos brancos. E em um ranking com 83 países, o Brasil aparece em quinto lugar no número de homicídios de mulheres. Também percebemos, já faz tempo, que expressões intolerantes se tornaram mais comuns com a ascensão das redes sociais. E é delas que vamos falar agora.
Quando a intolerância chega às redes
Números como esses provocam a sensação de que a internet é quem criou uma grande onda de intolerância. Porém, o que de fato ocorreu é que as redes sociais amplificaram os discursos de ódio já existentes no nosso dia a dia. Pensando bem, como é possível separar a manifestação de preconceitos ocorridos no ambiente virtual das práticas sociais do “mundo real”? No fundo, nas ruas ou nas redes, as pessoas são as mesmas. O ambiente em rede, no entanto, dada a possibilidade de um pretenso anonimato e a confortável reclusão atrás da tela do computador, facilita que cada um solte seus demônios.
Quando uma pessoa posta ou compartilha algum discurso de ódio na internet, ela está reforçando e reafirmando um preconceito que ela já tem, já existente. É uma reprodução no mundo virtual de algo que faz parte da realidade daquela pessoa, daquela sociedade. Chegamos à conclusão de que a intolerância nas redes é resultado direto das desigualdades e preconceitos sociais em geral, e não uma “invenção da internet”.
Fica claro que o mundo virtual se transformou em mais um meio disponível e muito acessível para que os intolerantes se manifestem, às vezes até mesmo incentivando a expressão desses preconceitos. Isso porque,se a internet não criou a intolerância, ela a reproduz, aumenta seu alcance e ajuda a naturalizar e a conservar discursos de ódio.
Quando as redes incentivam a intolerância
Mesmo que a intolerância difundida no mundo virtual não tenha nascido na internet, não se pode negar o papel dos meios de comunicação de massa e das redes na divulgação e até mesmo no incentivo aos discursos de ódio.
Que a internet tem o potencial de ser um meio para a livre circulação de informações transformadoras, que deveria ajudar na construção de uma sociedade mais igualitária e tolerante, não é novidade. O problema é que, muitas vezes, vemos, em posts e compartilhamentos, exatamente o contrário disso. É isso que alimenta nossa vontade de usá-la cada vez mais como antídoto e elemento pedagógico em relação a comportamentos discutíveis, moralmente condenáveis ou até criminais.
O acesso a um canal de comunicação amplo, disponível para todos, aliado a uma ideia distorcida do que é liberdade de expressão e de seus limites, faz com que muitas pessoas se sintam incentivadas a manifestar preconceitos que fora do mundo virtual não encontrariam eco. Como resume bem uma frase em uma camiseta produzida pelo Newseum, de Washington, “liberdade de expressão não é licença para ser estúpido”.
Foi assim que surgiu, por exemplo, o cyberbullying, uma forma de intolerância que diz respeito especificamente ao mundo virtual. Sob a proteção do anonimato, grupos de pessoas podem ofender, perseguir ou criar rumores, boatos e imagens forjadas sobre uma vítima, normalmente reproduzindo preconceitos contra minorias, como racismo, misoginia, homofobia, entre outros.
Xingando muito no Twitter
Por que as pessoas são mais intolerantes no mundo digital?
Intolerâncias visíveis e invisíveis
Não sou intolerante, mas…
Tolerar o próximo significa conseguir manter uma relação positiva mesmo com pessoas completamente diferentes de você. Aceitar um elemento diferente da sua cultura, moral, ideologias ou padrões estéticos é essencial para o convívio pacífico em sociedade. Dentre as diversas formas de intolerância, destacamos aquelas visíveis, atos facilmente percebidos como preconceituosos ou discriminatórios, e aquelas invisíveis, atos de discriminação velada, implícita em algum comentário ou comportamento, que muitas vezes passa despercebido por aqueles que não sentem na pele esse tipo de preconceito.
As intolerâncias visíveis são fáceis de serem identificadas, elas têm alvo explícito e direto. A intolerância feita de maneira direta, para alguém em específico ou para uma figura pública, corresponde a 72% dos casos (mesmo número no gráfico anterior), revelando que esse tipo de intolerância, na maioria dos casos, possui um alvo.
Mas e a intolerância invisível? Ela se esconde em casos cotidianos, e, muitas vezes, nem nos damos conta de nosso comportamento ou comentário preconceituoso. Uma professora manda um bilhete para a mãe de uma de suas alunas negras dizendo que a garota caria mais bonita se “abaixasse” o cabelo. O jovem diz para uma pessoa mais velha que ela “já não tem mais idade para certas coisas”. O homem que atravessa a rua ao ver mendigos na sua frente. Quem diz que Bolsa Família é esmola. Os pais que não querem que seu filho brinque com uma criança adotada por homossexuais. E por aí vai.
Sem ofensas diretas, sem frases odiosas e sem grande alarde, comentários e atitudes como esses são reproduzidos incessantemente no nosso dia a dia, passando muitas vezes despercebidos, e contribuindo para a contínua perpetuação de barreiras e distâncias sociais.
A intolerância, visível ou invisível, está presente em nosso cotidiano: em nossas relações de trabalho e consumo, nos estereótipos que a mídia nos empurra goela abaixo, estruturada em um Estado que pune os mais pobres, implícita em discursos de líderes religiosos, explícita em projetos de lei que querem abolir a discussão de gênero na educação (e a lista, infelizmente, só cresce).
Desconstruir intolerâncias e preconceitos não é nada fácil, mas tornar explícita a intolerância daquilo que é cotidiano, daquilo ao qual não damos o devido valor, é o primeiro passo em busca de uma sociedade mais igualitária e menos segregadora.
Intolerância por aparência
Quando o preconceito é precoce
O bullying pode ser cometido (“cometido”, sim, porque é crime) por uma pessoa ou por várias. É intencional, repetitivo e não possui motivação clara. Às vezes é até difícil identificar
o responsável pela agressão. O cyberbullying, versão on-line da agressão, acaba funcionando como uma extensão do que a criança vive no dia a dia – mas que, por rolar na internet, se espalha muito mais rápido.
Em 2013, a adolescente Julia Gabriele, com 12 anos na época, foi vítima de cyberbullying. Páginas de humor utilizaram a foto da garota para fazer piadas com sua aparência, que passaram também para o perfil pessoal da menina (foi duro ler a sinceridade da tristeza da garota:
Outro tipo de bullying é a gordofobia, agressão que atinge todas as idades e está, mais uma vez, diretamente ligada aos padrões de beleza que a sociedade escolhe para nós. O gordofóbico despreza pessoas gordas e obesas, sente-se desconfortável perto delas, além de se sentir no direito de usar o peso do outro como motivo de piadas.
O site brasileiro de empregos Catho constatou, com base em uma pesquisa feita em 2013, que 6,2% dos empregadores confessaram não contratar pessoas obesas para os cargos oferecidos. Em uma sociedade em que o bonito é ser magro, há uma falsa ideia de que quem faz piada com o peso alheio está apenas “preocupado” com a saúde do outro. Enquanto isso, pessoas que podem muito bem sofrer de algum transtorno alimentar, como anorexia e bulimia, são quase que obrigadas a viver com vergonha de seus corpos.
Em abril deste ano, o internauta Marcos Casteletti resolveu fazer um experimento em seu próprio Facebook: ele trocou a última foto do seu perfil por uma antiga, em que aparecia com 70 quilos a mais. Entre os “resultados”, oito pessoas desfizeram amizade com ele e uma o bloqueou, além dos “elogios” recebidos de outros colegas que sabiam que ele tinha feito uma cirurgia de redução do estômago. Marcos explicou tudo no seu perfil.
(ABRIL, MAIO E JUNHO DE 2016) MONITORAMENTO BY TORABIT
As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.
72% dos comentários sobre intolerância com aparência são explicitamente ofensivos, atingindo pessoas acima do peso ou com características físicas fora dos padrões.
A intolerância com aparência não costuma surgir de forma velada como em outros tipos de intolerância. Como podemos notar, os casos relativos à aparência são 79% reais, ou seja, explícitos.
A maioria das menções é negativa, mostrando que somente 3,6% do público questiona-se sobre comportamentos intolerantes sobre o tema aparência
A intolerância com a aparência nas redes, no primeiro período, se apresenta na maioria das vezes em forma de piada, como uma intolerância invisível. Na imagem, podemos notar alguns pontos com maior concentração de conexões. O maior deles (ponto 1) ilustra a disseminação de um comentário intolerante, mas comumente aceito.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
No segundo período, temos mais focos de conexões, que representam mais comentários intolerantes, visíveis e invisíveis, e até alguns tolerantes. Como mostram as duas menções acima.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
Intolerância relacionada à classe social
Intolerância com as classes sociais não é coisa de pobre, é coisa de intolerante
O personagem vivido por Miguel Falabella, nos anos 2000, em Sai de Baixo, dizia “tenho nojo de pobre”. Expressões como “coisa de pobre”, “tenho nojo de pobre”, “coisa de riquinho”, e outras tantas, servem para colocar mais lenha na fogueira da intolerância. Enquanto desigualdades são inerentes ao ser humano, o ódio com quem tem menos ou mais, por infinitos motivos, não é nada natural.
Em 2014, a professora Rosa Maria Meyer, docente do Departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, foi afastada por publicação intolerante no Facebook, por depreciar um homem por suas roupas, o que acarretou reações igualmente intolerantes. Fica claro no post que, para ela, aeroporto seria lugar de gente “bem” vestida (classe alta) e rodoviária lugar de gente “mal” vestida (classe baixa).
As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.
A intolerância de classe apresentada nas redes sociais mostrou ser majoritariamente visível, na qual o grupo é discriminado explicitamente por comentários intolerantes, por exemplo, o termo “vagabundo” para quem não tem um emprego.
Esse tipo de intolerância ocorre bem mais em sua forma abstrata do que real, mostrando que a intolerância de classe, até certo ponto, independe de ocorrências reais, o que é demonstrado em frases como “esse povo que usa a bolsa esmola”.
A esmagadora maioria das menções intolerantes captadas em nosso monitoramento é negativa, buscando depreciar um grupo de pessoas de acordo com sua classe social.
No primeiro período, notamos os pontos bem afastados e com poucas conexões, que representam comentários avulsos e com baixíssima taxa de compartilhamento. Refletem também o comportamento velado na hora de compartilhar esse tipo de intolerância.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
No segundo período, temos um cenário totalmente diferente do primeiro, com muito mais movimento. Isso ocorreu como resultado de um momento de intolerância política e que, consequentemente, também inflamou comentários com teor intolerante com as diferentes classes sociais, ilustrados nas menções acima.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
Intolerância contra pessoas com deficiência
Na busca por acessibilidade e respeito
A intolerância contra deficientes acontece, geralmente, de maneira velada. Os comentários depreciativos contra pessoas com deficiência podem até passar despercebidos para nós, mas fazem parte de uma dura realidade para quem tem alguma deficiência. Eles têm limitações diárias de locomoção, acessibilidade, empregabilidade e acesso aos estudos, além de ter de lidar com ofensas e piadas com a própria condição. Os crimes de ódio contra deficientes envolvem intimidação, abuso, comentários de mau gosto, imitações e ataques ataques morais. E a internet facilita abordagens de ódio.
Por trás da intolerância está também a questão dos lugares especiais reservados para pessoas com deficiência, como assentos, vagas preferenciais, atendimento exclusivo em bancos, empresas, instituições. É comum ter seu espaço ocupado e acaba discutindo ou brigando apenas pelo mínimo: ter seus direitos respeitados. A ausência de uma educação inclusiva, que ensine noções de cidadania, respeito e convivência, é o principal motivo para esse tipo de intolerância. Como fruto, pessoas com deficiência acabam tendo seus direitos negados, podem sofrer de baixa autoestima e passam a vida sentindo-se impotentes, como mostra o caso da Thaís Mussio.
O gráfico mostra que a maioria das menções possuem uma intenção real de ofender, independentemente se a pessoa atacada possui algum traço de deficiência. O objetivo dos xingamentos é desmoralizar a vítima, por traços físicos e/ou psicológicos.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
Notamos grande diferença do primeiro para o segundo período. Agora temos comentários menos difusos e com grande concentração de menções (ponto 1), que foi gerada pelo comentário intolerante relacionado a uma figura pública, como demonstra a menção acima.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
Homofobia
Para levar a vida em preto e branco?
Um homossexual é assassinado a cada 28 horas no Brasil. O País é líder no ranking de nações com mais registros de casos de homofobia no mundo todo. Segundo a ONG Safernet, responsável por ajudar no atendimento a vítimas de crimes virtuais, 15.141 denúncias de conteúdo homofóbico foram feitas em 2013. Nessa toada, os números só tendem a aumentar.
Em novembro do ano passado, o jovem Ramon Habitsenther, de 21 anos, teve o muro da própria casa pichado com a palavra “bichona”. Em resposta, Ramon fez um post em seu Facebook, no qual aparecia ao lado da pichação. Ele garantiu: “Sou bichona de marca maior!” a fim de mostrar que sua sexualidade não dava a ninguém o direito de ofendê-lo.
Fonte: http://igay.ig.com.br/2015-11-10/vitima-de-homofobia-universitario-reage-na-internet-bichona-de-marca-maior.html
O ódio e a aversão a homossexuais e à homossexualidade têm nome próprio: homofobia, que envolve ofensas contra gays, lésbicas, transexuais e bissexuais. Os motivos para as práticas homofóbicas vão desde causas culturais e religiosas até inseguranças sobre a própria orientação sexual do agressor. Ao contrário do que acontece com pessoas com deficiência, os insultos aos LGBTs são facilmente identificados, já que esse preconceito ainda parece fazer parte de muitas culturas ao redor do mundo.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
No segundo período, podemos notar o quanto usuários influentes podem ter papéis decisivos quando compartilham algo nas redes. No gráfico, estão dois grandes focos, ambos gerados por relevantes influenciadores (ponto 1 e 2), que deram dimensão muito maior para o tema no período, como mostram as menções acima.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
Misoginia
Lugar de mulher é onde ela quiser
Assédio, ódio declarado, incitações a estupro, nudez vazada, pornografia de vingança e discursos travestidos de “piada” são só um aperitivo do que representa a misoginia – nome dado ao ódio e à aversão às mulheres – tanto nas redes quanto fora delas.
A misoginia, assim como acontece com outras intolerâncias, ganha proporções muito maiores no meio digital, pois existe uma linha muito tênue entre o que é liberdade de expressão e o que se torna discurso de ódio. Ao mesmo tempo que a internet dá mais espaço para que as pessoas digam o que querem, ela também escancara a desigualdade de gênero existente em todas as esferas da sociedade.
O bom de tudo isso é que, enquanto alguns procuram difundir e ridicularizar mulheres web afora, elas estão usando o espaço para dialogar, debater e promover grupos de discussão, ajudando umas às outras. Hoje é muito mais fácil encontrar páginas feministas (“feminista”, sim, isso não é palavrão) e iniciativas de auxílio a mulheres nas mais variadas redes sociais. Afinal, a luta contra o machismo vai bem além da tela do computador.
Em maio de 2016, o presidente interino do Brasil, Michel Temer,anunciou um ministério composto apenas por homens. Nada de novo sob o sol, não faltaram comentários machistas na internet:
As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.
Mais de 80% dos casos de intolerância contra mulheres são visíveis, mostrando como vem sendo corriqueiro menosprezar a figura feminina explicitamente nas redes sociais.
O gráfico mostra que a maioria dos comentários se refere a mulheres na forma abstrata, mas uma boa parte também se refere a pessoas reais.
Registramos mais de 10% de menções positivas quando o assunto é misoginia, mostrando uma alta taxa de pessoas que visam criticar comentários que depreciam as mulheres.
A soma das menções positivas totaliza mais de 10%, um grande número se compararmos com outras intolerâncias. Há uma grande discussão sobre esse tema e uma forte reflexão sobre o comportamento machista presente em nossas relações cotidianas.
A misoginia é uma das intolerâncias que mais são disfarçadas em formatos invisíveis, normalmente como piada. O grafo demonstra como o cenário intolerante perde força quando não há disseminação de menções, tornando- se aleatório e pouco relevante, dando destaque para comentários tolerantes, como está demonstrado acima.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
Já no segundo período registramos uma grande concentração de comentários (ponto 1), todos gerados por um post falando sobre tolerância e a desconstrução de padrões machistas e generalistas, como você pode notar nos comentários acima.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
Intolerância na política
Quando um posicionamento político vira ódio
Coxinha ou mortadela? Reaça ou comuna? Esse Fla-Flu nunca esteve tão acirrado, e a intolerância política cada vez mais em evidência no Brasil. Esse foi um ódio fomentado principalmente a partir das campanhas para a última eleição, em 2014, impulsionado pelo resultado apertado do pleito e constantemente alimentado pelas crises política e econômica.
No meio dessa confusão toda, proliferaram memes e notícias falsas nas redes sociais, com discursos extremamente rasos que incentivam o ódio e a divisão. Grande parte dessas (des)informações é criada com o objetivo de desmoralizar o outro lado, aproveitando-se do fato de que grande parte das pessoas não checa as informações publicadas na internet (esse, por si só, um defeito de 10 entre 10 usuários da internet), acirrando ainda mais a disputa, sem chegar nem perto de qualificar o debate.
O efeito disso é a negação completa do lado oposto, que deixa de ser visto pelo que é, um grupo que tem uma posição política diferente da sua, para ser encarado como inimigo, um erro clássico de quem ainda não aprendeu a brincar de democracia. Como resultado, chegou-se ao ponto de construir um muro para separar manifestantes durante a votação da aceitação do processo de impeachment de Dilma Rousseff, em abril de 2016.
As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.
Quase todas as intolerâncias políticas são visíveis, mostrando que as pessoas não se constrangem em ofender ou discriminar os outros por posicionamentos políticos.
Analisamos que as pessoas demonstram ser intolerantes tanto quando o assunto é relativo a posições políticas abstratas quanto a pessoas físicas que se posicionam politicamente.
As menções encontradas são predominantemente negativas. O 0,8% de menções positivas demonstra que pouquíssimas pessoas se propõem a criticar ou desconstruir esses posicionamentos políticos intolerantes nas redes sociais.
Com o cenário de crise política tomando todos os noticiários do período, podemos notar a abismal diferença do grafo de intolerância política com o das outras intolerâncias. No período, grandes influenciadores aqueceram a discussão digital, o que gerou centenas de focos de compartilhamento e disseminação de intolerância das mais diversas vertentes, como pode ser visto nos comentários abaixo:
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
O segundo período demonstra como o cenário tenso na política se estendeu pelos meses de maio e junho, dando continuação à escalada de comentários intolerantes, movimentando o cenário digital.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
Intolerância relacionada à idade/geração
O tempo passa para todo mundo, inclusive pros intolerantes
Todo mundo nasce pequenininho, cresce e envelhece. O ciclo natural da vida é imutável e iminente. Mesmo assim, tem gente que acha que não vai envelhecer nunca e ainda faz questão de deixar a vida de quem já envelheceu, e por isso tem limitações naturais, ainda mais difícil.
Para não alimentar a intolerância que pode engolir todos nós daqui a alguns anos, é melhor repensar em como tratamos nossos velhinhos e velhinhas ainda hoje. Não ter paciência com o tempo que eles precisam pra andar, falar ou entender algo é a conduta padrão. Com isso, deixamos a pressa do dia a dia engolir as pessoas que têm mais a nos ensinar. Vale a pena pensar aonde queremos chegar com toda essa pressa e mudar nossa relação com os idosos. Ninguém é velho demais para nada, inclusive para deixar de ser intolerante.
As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.
A maioria das menções intolerantes relativas à idade é visível. Grande parte delas visa caracterizar alguém de forma negativa e, ao mesmo tempo, relacionar essa característica com sua idade avançada.
Quase três quartos das menções encontradas se referiam a casos e pessoas reais, que utilizam o termo “velho” como complemento a uma característica negativa como “nojento”, “babão” e “safado”.
Mais de 90% das menções são negativas, categorizando a idade, principalmente a velhice, como algo negativo, tendo pouco questionamento sobre a presença desta intolerância.
A intolerância geracional é difundida nas redes de maneira avulsa e pouco concentrada. A maioria das menções aparece em formato invisível e demonstra conexões frágeis e sem grande influenciadores ou relevância, como ilustram os exemplos acima.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
O segundo período não destoou do primeiro. O comportamento segue o mesmo com a intolerância geracional: pouca relevância e baixo engajamento, apresentando apenas uma concentração de menções (ponto 1).
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
Racismo
Não existe racismo no brasil?
A velha história de que o Brasil é uma democracia racial não passa de um mito, daqueles muitas vezes vendidos como verdade, principalmente para a construção de uma imagem positiva do País lá fora. Apesar de sua composição multiétnica e multicultural, a sociedade brasileira não está, nem de longe, livre do racismo.
Foi a popularização das redes sociais (mais uma vez) que ajudou a trazer essa discriminação ainda mais à tona. Casos notórios, como as ofensas contra a jornalista Maria Júlia Coutinho, a atriz Taís Araújo e a cantora Ludmilla, entre outros, ajudaram a tornar o racismo à brasileira um pouco mais explícito. Foi a popularização das redes sociais (mais uma vez) que ajudou a trazer essa discriminação ainda mais à tona. Casos notórios, como as ofensas contra a jornalista Maria Julia Coutinho, a atriz Taís Araújo e a cantora Ludmilla, entre outros, ajudaram a tornar o racismo à brasileira um pouco mais explícito.
As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.
A intolerância religiosa é bem dividida em relação a invisível e visível, pois muitos dos comentários (53,8%) não possuem a intenção de ofender, mas acabam reforçando estigmas preconceituosos, como a frase “chuta, que é macumba”.
Para as intolerâncias raciais, os comentários são bem divididos entre casos reais ou abstratos, indicando sua presença tanto em relações interpessoais quanto no ideário da população.
Análise: no caso racial, 97,6% das menções são negativas e apenas 2,1% são positivas. Tal dado mostra como é difícil detectar e criticar positivamente intolerâncias que normalmente são exprimidas de forma velada e implícita.
Não é novidade no Brasil que comentários racistas são em sua maioria velados e até muitas vezes inconscientes, presentes no vocabulário popular e enraizados na cultura. O cenário digital não é diferente. Majoritariamente foram registrados comentários com intolerâncias invisíveis, como demonstrados nos casos acima.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
Já no segundo período, registramos alguns comentários que tentavam desconstruir comentários intolerantes (ponto 2). No mais, foram comentários avulsos e sem grande relevância.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
Intolerância religiosa
Pelo direito de acreditar (ou não acreditar)
As pessoas acreditavam em muita coisa. Os egípcios ergueram grandes estátuas de deuses-cachorro, os vikings louvavam divindades com martelos gigantes, os gregos negociavam seus destinos com os deuses, e, bem, o que dizer do bom velhinho que entrega presentes no Natal? O fato é que não interessa se eles existem mesmo ou não. Seres humanos acreditam em coisas diferentes, e é isso que os torna tão especiais e interessantes. É nosso dever aprender a conviver e respeitar com pensamentos e crenças diferentes. Afinal, você também quer ter o direito de acreditar – ou não – no que bem entender, né?
africanas. Mesmo fazendo parte da história do País, as religiões africanas carregam toneladas de preconceitos, reforçados por expressões que se tornaram naturais, do tipo “chuta, que é macumba”. É importante tomar cuidado com o que se fala. Às vezes, reafirmamos preconceitos sem perceber. Então, da
próxima vez que o azar bater à sua porta, não é legal jogar a culpa no gato preto que cruzou seu caminho.
As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
Muito além das fronteiras
Xenofobia
A crescente onda migratória dos últimos anos fez com que a xenofobia voltasse com força em todo o mundo, particularmente na Europa. Impulsionado pelo número cada vez maior de refugiados, que em grande parte fogem de conflitos armados e da miséria que assola países da África, Ásia, América e do Oriente Médio, o discurso de ódio contra estrangeiros tem ganhado muitos adeptos.
Apesar de não estar exatamente no centro de toda essa questão, o Brasil não foge à regra, com um enorme crescimento no número de casos de xenofobia nos últimos anos. Dados da Secretaria Especial de Direitos Humanos, do Ministério da Justiça e Cidadania, mostraram um aumento de 633% nas denúncias de xenofobia no País apenas em 2015. As maiores vítimas foram haitianos, com 26,8%, e árabes, com 15,4%.
Como gritam os números, a chegada em massa de imigrantes haitianos foi o ponto de partida dessa explosão por aqui, mas eles não são as únicas vítimas. Pessoas de outros países também já relataram agressões, especialmente latino-americanos, africanos e árabes. Além disso, temos no Brasil uma espécie de xenofobia interna, com o discurso de ódio regional sempre presente, principalmente contra nordestinos
TEMOS NO BRASIL UMA ESPÉCIE DE XENOFOBIA INTERNA, COM O DISCURSO DE ÓDIO REGIONAL SEMPRE PRESENTE, PRINCIPALMENTE CONTRA NORDESTINOS.
As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam a real incidência de intolerância no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.
A maioria das menções captadas mostra uma intolerância visível, em que a pessoa é discriminada abertamente de acordo com seu local de origem. Comentários que relacionam árabes a bombas e a frase “japonês é tudo igual” são constantes.
A xenofobia expressa nas redes demonstra ser um pouco mais real do que abstrata, demonstrando casos de intolerância regional, étnica e xenófoba.
Apesar de os comentários serem majoritariamente negativos, encontramos mais de 12% de comentários positivos, indicando que muitas pessoas problematizam esse tipo de intolerância nas redes.
O cenário xenófobo digital no Brasil não tem tanta relevância como no exterior, e é mais incidente em regiões específicas, como o Nordeste. Por isso o grafo da intolerância é totalmente disperso e sem grandes concentrações.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
Intolerância na sua timeline:
Vai deixar barato?
Já passou o tempo em que a internet era terra de ninguém. Mesmo com a escalada da intolerância nas redes, hoje existem alguns serviços importantes para denunciar os intolerantes digitais. Não pode ter moleza para a intolerância na web, e isso está nas nossas mãos. Seja no Facebook, no Twitter ou nos comentários de algum portal de notícias, se algo soar ofensivo, você pode e deve denunciar.
Delegacias especializadas em crimes virtuais:
DIG-DEIC – 4ª Delegacia – Delitos praticados por Meios Eletrônicos. Presta atendimento presencial, por telefone e via Web. Endereço: Av. Zack Narchi, 152, Carandiru – São Paulo (SP) Fone: (11) 2224-0721 ou 2221 – 7030.
Rio de Janeiro:
Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) – Rua Professor Clementino Fraga, nº 77 (2º andar), Cidade Nova (prédio da 6ª DP), Rio de Janeiro/RJ (CEP: 20230-250), telefones (0xx21) 2332-8192, 2332-8188 e 23328191 e e-mails drci@pcivil.rj.gov.br.
Espírito Santo:
Delegacia de Repressão a Crimes Eletrônicos (DRCE) – Av. Nossa Senhora da Penha, 2290, Bairro Santa Luiza, Vitória/ES (CEP: 29045-403), telefone (0xx27) 3137-2607 e e-mail drce@pc.es.gov.br.
Minas Gerais:
DEICC – Delegacia Especializada de Investigações de Crimes Cibernéticos – Av. Nossa Senhora de Fátima, 2855 – Bairro Carlos Prates – CEP: 30.710-020, Telefone (33) 3212-3002, e-maildercifelab.di@pc.mg.gov.br.
Paraná:
Nuciber da Polícia Civil do Paraná – Rua José Loureiro, 376, 1º andar – sala 1 – Centro – 80010-000 – Curitiba-PR, Tel:(41) 3323-9448 – Fax: (41) 3323-9448, e-mail cibercrimes@pc.pr.gov.br.
Rio Grande do Sul:
Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos (DRCI/DEIC) – Av. Cristiano Fischer, 1440, Bairro Jardim do Salso em Porto Alegre, na mesma sede do DEIC. O telefone de contato é (0xx51) 3288-9815, e-maildrci@pc.rs.gov.br.
Distrito Federal:
Divisão de Repressão aos Crimes de Alta Tecnologia (DICAT) – Não atende diretamente ao público, neste caso a vítima pode procurar a delegacia mais próxima para efetuar registro de ocorrência, A DICAT é uma Divisão especializada em crimes tecnológicos que tem como atribuição assessorar as demais unidades da Polícia Civil do Distrito Federal, o telefone é (0xx61) 3462-9533 e e-mail dicat@pcdf.df.gov.br.
Goiás:
Gerência de Inteligência da Polícia Civil – Setor de Análise (0xx62) 3201-6352 e 6357).
Pará:
Delegacia de Repressão aos Crimes Tecnológicos – Travessa Vileta, n° 1.100, Pedreira. Belém-PA. CEP: 66.085-710, com telefone de contato (91) 4006-8103, e-mail drct@policiacivil.pa.gov.br. A DRCT é vinculada à Diretoria de Repressão ao Crime Organizado.
Mato Grosso – Cuiabá:
Gerência de Combate a Crimes de Alta Tecnologia – GECAT – Av. Cel. Escolástico Nº, Bandeirantes – Cuiabá – Cep: 78.010-200 – Telefone: (65) 363-5656
Sergipe – Aracaju
Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) – Rua Laranjeiras, nº 960, Bairro Centro – Aracaju – Cep: 4900-000 telefone: (79) 3198-1124
Para denúncias via e-mail:
webpol@policia-civ.sp.gov.br – Polícia de São Paulo especializada em crimes na internet. Aceita denúncias anônimas.
cibercrimes@pc.pr.gov.br – Delegacia do Paraná especializada em crimes na internet.
drce@pc.es.gov.br – Delegacia do Espírito Santo especializada em crimes na internet.
drci@pcivil.rj.gov.br – Delegacia do Rio de Janeiro especializada em crimes na internet.
drct@policiacivil.pa.gov.br – Delegacia do Pará especializada em crimes na internet.
dercifelab.di@pc.mg.gov.br – Delegacia de Minas Gerais especializada em crimes na internet.
mail-abuse@cert.br – Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT) – Para enviar denúncias de mensagens ofensivas (deve-se enviar uma cópia do e-mail original, e você deve informar a instituição que está sendo utilizada no golpe).
phishing@cais.rnp.br – Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança (CAIS) da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) – Para encaminhamento de denúncias (deve-se enviar uma cópia do e-mail original, e você deve avisar a empresa de que o seu nome está sendo usado na execução de um golpe virtual).
artefatos@cais.rnp.br – Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança (CAIS) da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) – Para enviar denúncias de aplicativos suspeitos (cavalos de troia e outros programas maléficos usados nos golpes on- line).
crime.internet@dpf.gov.br – Denúncias de crimes na internet podem ser feitas ao novo canal da Divisão de Comunicação Social da Polícia Federal.
Para denúncias via sites:
www.humanizaredes.gov.br – Denuncie mensagens preconceituosas, racistas, xenofóbicas e que violem os Direitos Humanos.
www.safernet.org.br/site – Organização não governamental que reúne especialistas para combater crimes digitais. Denuncie crimes como pornografia infantil, racismo, xenofobia, intolerância religiosa, neonazismo, apologia e incitação a crimes contra a vida, homofobia, apologia e incitação a práticas cruéis contra animais e tráfico de pessoas.
www.ic3.gov/default.aspx – Site para denunciar crimes digitais internacionais.
Para denúncias por telefone:
Você também pode contar com o serviço do Departamento de
Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, é só discar 100.
Campanhas sobre intolerância da
nova/sb
Empatia, tolerância, não são coisas fáceis. Se colocar no lugar do outro para descobrir como melhor retratar as pessoas é o que a nova/sb faz. Seja qual for o tema ou o cliente. Mesmo quando não abordamos diretamente a intolerância. Todas as peças seguem um rígido controle de qualidade com relação a estereótipos em textos e imagens. Mas a gente vai bem alem disso para mostrar pessoas como pessoas, com muita sensibilidade.
Homofobia
Foi assim que fizemos a primeira campanha contra a homofobia de um governo de Estado na America Latina, em 2011. Além do filme (com versão também em inglês para divulgação no exterior), foram feitas peças para internet, spot de rádio e mídia impresa, com cartazes e outdoors com modelos LGBTs. Toda a estratégia criativa foi discutida com organizações LGBTs.
Racismo
Para o Dia da Consciência Negra (20/11), o poema Encontrei Minhas Origens, do poeta e pesquisador Oliveira Silveira, que conta a história dos negros no país e a sua trajetória rumo ao encontro de uma vida brasileira e a uma identidade nacional.
Mais da metade dos homicídios no Brasil (53%) atinge pessoas jovens. A maioria deles (75%) são jovens negros, de baixa escolaridade, na faixa etária de 15 e 29 anos. O filme Juventude Viva, criado em 2013 para o governo federal, vai ao ponto.
Inclusão
Por que o abraço é mais gostoso de olhos fechados? Ou que fechamos os olhos na hora do beijo. Mostrar a sensibilidade de todos os sentidos além do que cada um de nós enxerga foi o desafio da campanha Além do Que Você Enxerga, que fizemos para os 50 anos da Dorina Norwill para Cegos.
Mulher
Em 2014, a gente fez um filme para a internet assinado pela nova/sb com um recado muito claro: vitima nunca é culpada.
A violência contra a mulher, aliás, foi tema de várias de nossas campanhas:
A campanha Metrô contra o abuso usou o conceito “Você não está sozinha” para mostrar que que a vítima tem todo o apoio do Metrô de São Paulo – seus funcionários, mais de 1.000 agentes treinados, as mais 3.000 câmeras – para cuidar desse tipo de caso. As peças reforçam os canais de denúncia, como SMS e aviso aos funcionários, e estimulam os outros passageiros que presenciarem esses casos de abuso a também denunciar.
A mulher não é objeto. Muito menos ponto turístico. Com dois anúncios, criados pela nova/sb, a revista Marie Claire convocou em 2007 os brasileiros para uma mobilização nacional contra o turismo sexual.
A campanha Disque 180 divulgou o número para denunciar a violência contra a mulher.
A gente também mostrou que a mulher é a protagonista na luta pelos próprios direitos. A campanha do Dia da Mulher 2016 mostra a mulher na estrada, no trabalho, nos esportes, na ciência. Com mais direitos, mais participação e mais poder as mulheres podem construir a vida assim, do jeito que quiserem!
Tô na luta conta a trajetória de coragem, desafios, superação e vitórias da lutadora Joice Silva que, na voz de Karol Conka, foi transformada em um verdadeiro grito de guerra. A rapper brasileira Karol Conka vem se destacando no cenário musical por falar do empoderamento das mulheres negras, com letras fortes e realistas.
Conviver, Aceitar
Manifestações de xenofobia, homofobia, racismo, misoginia, intolerância geracional, política, de aparência, classes sociais e de ciência são, antes de tudo, dificuldades de diálogo. Diálogo no sentido de troca de ideias que tenha por finalidade alguma forma de resolução, solução, encontro dos diferentes em favor de algo comum. A diversidade é fundamental e deve ser preservada, mas não há sentido em relacionar-se com outras pessoas se não houver interesse e finalidade comuns nessa troca.
Nesse esforço diário, a tolerância é só o começo. Apenas suportar a presença e as escolhas dos outros parece muito pouco para uma sociedade que deseja evoluir. Aceitação e convivência são o objetivo final. Desejamos que esse esforço seja mais um passo nessa jornada.
Nesse sentido, apesar de termos usado e abusado do termo “intolerância”, cujo contrário é a “tolerância”, nós também queremos, com o devido respeito, ser intolerantes com a tolerância. Porque essa expressão remete à indulgência e à condescendência. Não é isso que se quer, nenhuma condescendência. Enfim, por que daqui pra frente não passamos a usar o termo “aceitação” no lugar de “tolerância”?
Apêndice – Metodologia de pesquisa
Métricas selecionadas: número de menções, mapa de calor da intolerância, nuvens dos termos mais citados em cada universo de busca.
Taxonomia e categorização: intolerância visível vs. invisível; intolerâncias reais vs. abstratas; menções intolerantes (negativas) vs. reações a intolerâncias (positivas).
Dados: primários e secundários.
Monitoramento realizado com o método de amostragem aleatória simples.
Período analisado: abril a junho de 2016.
O monitoramento foi feito via plataforma Torabit.
Créditos
Coordenação-geral: Bia Pereira, Caio Túlio Costa, Fernando
Cespedes e Stephanie Jorge
Supervisão: Ana Cristina Gonçalves e Karla Mendes
Direção de criação: Hermes Zambini e Marcelo Maia
Direção de arte: Fabricio Curi, Henrique Castro e Bruna Paniago
Redatores: Caio Túlio Costa, Fernando Cespedes, Ketlyn Araújo,
Lucas Quinelato, Marcelo Nascimento, Rodrigo Camargo,
Stephanie Jorge e Vitor Medalla
Planejamento: Bia Pereira, Caio Túlio Costa, Fernando
Cespedes, Rodrigo Camargo e Stephanie Jorge
Atendimento: Joana Araújo
Monitoramento: Lucas Quinelato, Rodrigo Camargo
e Vitor Medalla
Análise: Caio Túlio Costa, Lucas Quinelato, Rodrigo Camargo,
Stephanie Jorge e Vitor Medalla
Arte-final: Ricardo Reis
Produção digital: João Paulo Oliveira
Produção gráfica: Paulo Gonçalves e André Silva
Revisão de texto: Ricardo Milesi
Realização: nova/sb
Fonte: Comunica que muda