A definição do tema para elaboração do presente artigo foi motivada pela necessidade de novos olhares sobre uma questão que há alguns anos incomoda a autora: compreender as razões pelas quais os enfermeiros, profissionais de saúde donos de um sólido corpo teórico, têm sido ignorados pela imprensa, em todas as ocasiões em que o órgão da categoria no estado de São Paulo, o Conselho Regional de Enfermagem, apresentou aos jornalistas da capital paulista sugestões de reportagens de real interesse público.
Em estudo exploratório realizado em 2011 a respeito desta questão, constatamos uma quase total ignorância dos jornalistas a respeito das competências do enfermeiro enquanto profissional credenciado a contribuir para os debates sobre a saúde pública no país. Também chamou nossa atenção, como dado que emergiu do estudo, a preferência quase que exclusiva dos jornalistas por profissionais médicos para atuarem como fontes de informações para suas reportagens.
Para aprofundar a compreensão a respeito dos resultados do estudo, recorremos ao estudo das Ciências da Linguagem, prioritariamente sob a ótica do conceito das representações sociais desenvolvido por Serge Moscovici – neste trabalho apresentada de acordo com a interpretação de diferentes autores – e também aos estudos sobre o discurso político e das mídias, de Patrick Charaudeau. Reflexões acerca da Teoria do Reconhecimento e do conceito de Capital Social complementam a abordagem do tema.
O texto a seguir é resultado de um olhar ainda inicial para a questão sob esta nova perspectiva, mas que, acreditamos, já apresenta novas possibilidades para a compreensão dessa observada invisibilidade do enfermeiro perante os meios de comunicação.