Comunicação Pública e Democracia Digital: as estratégias comunicacionais dos portais de municípios gaúchos com mais de cem mil habitantes

KEGLER, Bruno. Comunicação Pública e Democracia Digital: as estratégias comunicacionais dos portais de municípios gaúchos com mais de cem mil habitantes. 2011. 160 f. Tese de Dissertação (Mestrado em Comunicação) - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2011.

KEGLER, Bruno

A temática da pesquisa contempla duas noções teóricas centrais: comunicação pública e democracia digital, delimitando-se ao estudo das estratégias de comunicação pública digital nos portais governamentais dos municípios gaúchos com população superior a cem mil habitantes. A problemática de pesquisa é representada pela questão: Quais estratégias os portais dos municípios gaúchos, com mais de cem mil habitantes, contêm e como se estabelecem diante dos pressupostos teóricos de comunicação pública e de democracia digital no contexto social midiatizado? O objetivo geral é analisar as estratégias dos portais governamentais dos municípios do Estado do Rio Grande do Sul, com população superior a cem mil, sob os pressupostos teóricos de comunicação pública e de democracia digital e; os objetivos específicos são: a) identificar os referenciais teóricos sobre a relação entre os temas: midiatização, internet, comunicação pública e democracia digital; b) verificar como (e se) os governos municipais do RS empregam as potencialidades comunicativas da internet para a comunicação pública; c) identificar indícios graduantes de democracia digital de cada portal; d) analisar, tangencialmente, o uso das estratégias de comunicação pública nos portais para fins ligados à visibilidade dos agentes políticos. Consideramos como pressupostos: incorporando a lógica midiatizada, os portais são palco para a visibilidade política dos prefeitos e demais atores políticos da esfera administrativa municipal, valorizando-se a forma e a imagem em detrimento do conteúdo de relevância pública; há a prevalência da ênfase informativa e unilateral, prestando contas conforme exigência constitucional e os demais conteúdos publicados são definidos pelos próprios governantes, a partir das impressões que têm sobre o que os munícipes querem receber; são escassas as possibilidades de fluxos bilaterais entre município e sociedade civil; as opiniões, questionamentos e críticas não são publicados nos portais; e, por fim, os conteúdos não são segmentados e o acesso não é facilitado, desconsiderando-se a desigualdade de acesso às tecnologias digitais. O percurso metodológico contempla: delimitação do corpus empírico; revisão bibliográfica sobre a temática abordada; coleta de dados nos portais municipais e classificação de cada portal em graduações de democracia digital, conforme a planilha de Silva (2005b). Por fim, é realizada a análise crítica interpretativa dos dados a partir das teorias estudadas. Os resultados indicam a predominância da ênfase informativa, com escassas possibilidades de discussão e debate acerca das temáticas de interesse civil e que os portais se constituem em palco mais autônomo para a visibilidade de atores políticos e suas realizações, na busca por reconhecimento; além disto, sugerem que a comunicação dos portais analisados carece de convergência com os pressupostos teóricos de comunicação pública e de democracia digital.

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