Esse artigo busca analisar a dinâmica dos públicos na controvérsia da pílula do câncer. Nesse estudo de caso, a questão científica, com seus poderes, discursos e instituições constituídas, vê-se questionada por aspectos midiáticos, políticos, jurídicos, éticos e emocionais. Formam-se então dimensões inter-relacionadas no espaço público pelo movimento daqueles que seguem a pílula. Nesse sentido, aqui não nos interessa um julgamento moral, nem a busca por uma prova científica; mas perseguir as pistas, num processo de comunicação pública, que nos fazem entender como a fosfoetanolamina sintética saiu, de forma bastante peculiar, do laboratório do Instituto de Química da USP e se transformou na pílula do câncer.