Do logocentrismo à multimodalidade: uma análise crítica da comunicação política da Câmara dos Deputados do Brasil

GALVÃO, Rosane Queiroz. Do logocentrismo à multimodalidade: uma análise crítica da comunicação política da Câmara dos Deputados do Brasil. 2015. 201 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

GALVÃO, Rosane Queiroz

Esta pesquisa transdisciplinar tem como objeto de estudo a comunicação política institucional no âmbito do Parlamento Brasileiro, na Era das Mídias e da Cultura Digital (SANTAELLA, 2003). Por meio da análise discursiva e multimodal dos recursos semióticos que se integram em textos de uma exposição histórica intitulada Parlamento e Democracia — mostra que se fez presente nos corredores da Câmara dos Deputados do Brasil entre fevereiro e abril de 2015 —, busca-se compreender os meandros político-ideológicos imbricados em gênero discursivo caracterizado, a um só tempo, por elementos das esferas política, midiática e cultural. Tal movimento implica o descortino de questões afeitas à interdiscursividade e à intertextualidade, a estratégias de operação da ideologia, à construção de significados semióticos socialmente motivados. Ademais, os textos produzidos pela Secretaria de Comunicação Social da Câmara dos Deputados inserem-se num contexto sócio-histórico e cultural marcado por fenômenos como a multimodalidade e a convergência cultural (convergência das mídias), que se unem a outros elementos da Ordem do Discurso (FOUCAULT, 2006) para delimitar o gênero do discurso da mídia estatal. Neste, as dissensões ideológicas parecem mitigadas, ou pelo menos obscurecidas, por interesses mais perenes, como a própria defesa do Parlamento e dos ideais democráticos da República Federativa do Brasil, num ambiente de profunda crise política e econômica. Como esteio teórico-metodológico, avocam-se os princípios da Análise de Discurso Crítica proposta por Norman Fairclough (2003), da Teoria Semiótica Social Multimodal, capitaneada por Gunther Kress e Theo van Leeuwen (1996, 2001), e da Hermenêutica de Profundidade, de John B. Thompson (1995).

 

 

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