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Neste dossiê especial da Organicom, as pesquisas destacam avanços teóricos e conceituais, ao mesmo tempo em que revelam os desafios e as experiências inerentes às práticas da Comunicação Pública. Os artigos selecionados reúnem pesquisadores e pesquisadoras que têm se dedicado tanto à proposição de novas teorias quanto à análise, à luz da literatura, das manifestações da comunicação pública em diferentes instâncias e contextos. A partir deles é possível expandir os achados de Massuchin et al. (2023), que, em mapeamento da literatura, identificaram o desenvolvimento gradual do campo. Além disso, esses trabalhos ajudam a superar limitações e desafios enfrentados em pesquisas empíricas (Weber; Locatelli, 2022).
Com base no conjunto de contribuições desta edição, destacamos quatro reflexões. Primeiramente, os limitadores e problemas apontados, particularmente nas pesquisas empíricas, parecem resultar da ausência de uma Comunicação Pública institucionalizada, no âmbito das organizações públicas e políticas. Não é raro encontrar órgãos sem normativas estabelecidas para orientar as suas equipes de comunicação, especialmente em âmbito local. Além disso, a rotatividade de equipes ou problemas organizacionais frequentemente interrompem o fluxo de comunicação e o diálogo com os públicos. Dessa forma, muitos dos desafios decorrem da falta de institucionalização da prática da Comunicação Pública, frequentemente negligenciada por gestores públicos. Essa ausência de formalização contribui, além disso, para a instrumentalização em benefício de interesses particulares, políticos ou para a mera promoção da imagem institucional, acentuando ainda mais o distanciamento de seu propósito original.
