“Nem guerra entre as torcidas nem paz entre as classes”: as torcidas organizadas antifascistas no futebol brasileiro

Quase 100 anos depois do surgimento do movimento antifascista
na Europa, as pautas do movimento de ação direta da esquerda radical
chegam aos estádios de futebol do Brasil, configurando-se como resgate de
manifestações políticas no esporte mais popular do país e como resposta à
ascensão da extrema-direita em território brasileiro. Na teoria, o lema das
torcidas “antifas” clama pela paz nos estádios e resgata a temática da luta de
classes. Na prática, os antifascistas chamam a atenção de torcedores para
comportamentos e discursos racistas, misóginos, homofóbicos e
xenofóbicos, bem como para a estrutura elitista em voga no esporte e na
sociedade. Fora das arquibancadas, em conjunto com movimentos sociais,
esses grupos atuam em trabalhos de base e manifestações. Compreender
as ações desses coletivos contribui para o debate sobre comunicação,
política e democracia.