O termo participação pública é utilizado em programas, projetos e iniciativas de governos de Estado democráticos. o debate em tomo do que seja a participação não é novo, mas com o advento e a propagação das tecnologias de comunicação, sobretudo a Internet, novas possibilidades democráticas foram criadas, já que os mecanismos inaugurados têm a capacidade de mudar a maneira pela qual as consultas à opinião pública, e consequentemente a escuta a essas consultas, podem ser tratadas. Minhas investigações partem da necessidade de se verificar como ocorre a participação pública na sociedade da informação, considerando-se em princípio a questão: como e em que extensão as práticas democráticas são influenciadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação? Para esclarecer alguns processos históricos que desembocaram no fenômeno da globalização, utilizei, como referência, pensadores como Manuel Castells, Antonio Negri e Michael Hardt, Gilles De1euze, Félix Guattari e Pierre Lévy, entre outros; profissionais da área de mediação do construcionismo social, além de uma literatura recente sobre a teoria da formação de coletivos inteligentes das redes de comunicação, abordada segundo aspectos dos conceitos sociais de Mark Granovetter e Barry Wellman e também sob a ótica do swarm intelligence (Kerckhove). Atuando no campo da Inclusão Digital, nos últimos cinco anos, é a partir de minha experiência profissional, sobretudo por meio do trabalho que está sendo desenvolvido junto ao Programa Acessa SP, do Governo do Estado de São Paulo, que decidi realizar esse estudo. Nos processos de elaboração e implantação do Programa Acessa SP, variadas experiências foram-se somando, dentre elas o Fala SP, um projeto de consulta ao público que teve a duração de três anos, tema escolhido para o estudo de caso desta dissertação.