Por uma utopia na comunicação dialógica [recurso eletrônico] : modelo de monitoramento e avaliação para a comunicação pública de ciência e tecnologia

PEREIRA, Cibele Maria Garcia de Aguiar. Por uma utopia na comunicação dialógica: modelo de monitoramento e avaliação para a comunicação pública de ciência e tecnologia. 2023. 1 recurso online (259 p.) Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências, Campinas, SP. =

AGUIAR, Cibele Maria Garcia de

A comunicação da ciência e tecnologia pra além dos limites acadêmicos não é um tema novo, mas continua a ser um desafio, em especial, acerca da avaliação do seu desempenho. A tecnologia possibilitou a abertura de canais dialógicos e a conversação nas redes digitais e sociais pode ser monitorada em tempo real. Temos a capacidade de atrair, envolver e engajar um público cada vez mais diversificado e buscar responder às demandas que apresentam. Trago para essa tese uma questão que interessa a comunicadores, cientistas, instituições e órgãos de fomento: como avaliar se as ações de comunicação empreendidas estão conduzindo ao alcance dos objetivos? Propomos um modelo para o monitoramento e avaliação de programas de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (CPCT), no ambiente digital, a partir da abordagem da Teoria da Mudança (TM) e da seleção de indicadores. Como resultado da primeira parte da tese (capítulos 1 a 4), apresentamos um modelo conceitual a partir de tipos ideais de CPCT, além de um fluxograma que inclui diferentes conjuntos de indicadores para o monitoramento e avaliação do processo comunicativo. Na segunda parte (capítulo 5), apresentamos um perfil das universidades federais brasileiras com relação à CPCT, com ênfase na forma como fazem o monitoramento e a avaliação da interação com a sociedade. Analisamos a apreciação dos gestores das universidades acerca do conjunto de 26 indicadores propostos, com destaque para a percepção de sua relevância e grau de aplicação nas 51 instituições da amostra. 39,2% das universidades aplicam ao menos um indicador de cada um dos tipos propostos e 46,9% não aplicam nenhum indicador do tipo 3. Dos 26 indicadores, 10 apresentaram coeficientes de correlação significativos para a relação relevância e aplicação. Podemos inferir que apesar de julgar o indicador relevante, a aplicação, sobretudo nos tipos 2 e 3, é influenciada por outros fatores, sobretudo, relativos ao contexto e infraestrutura. Por meio de Regressão de Poisson, observamos variáveis que apresentaram efeito significativo na aplicação do indicador: tamanho das equipes de comunicação, ter a separação entre a CPCT e comunicação institucional; contar com um gestor de mídias sociais e dispor de um profissional com treinamento em monitoramento e avaliação da comunicação/engajamento. Os efeitos são ainda maiores nos tipos 2 e 3, cujos indicadores envolvem coletas com abordagens mais qualitativas e que exigem profissionais mais qualificados. No modelo estatístico multivariado, o número de professores na pós-graduação e a localização (capital ou interior) não mostraram ter efeito com significância estatística na aplicação dos indicadores. Quanto à percepção de barreiras para avaliar a efetividade da comunicação de C&T, os gestores da Comunicação das universidades federais brasileiras apontaram os seguintes fatores em ordem de importância: 1º) Custo de Implantação; 2º) Tempo de realização; 3º) Falta de experiência entre os profissionais da equipe; 4º) Ausência de diretriz interna para a avaliação; e 5º) Descrédito dos resultados

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