Da pesquisa científica à cultura sergipana: a força da comunicação no III  ComPública

Por Maria Eduarda Rocha, da UFS

O segundo dia do III Congresso Brasileiro de Comunicação Pública (ComPública) foi dedicado à apresentação de trabalhos científicos, ao lançamento de oito livros alinhados à missão e ao propósito da ABCPública e ao show do cantor Pedro Lua, que encerrou o dia com um toque de arte, cultura e sergipanidade.

A solenidade aconteceu  na Universidade Federal de Sergipe (UFS), no campus de São Cristóvão, e reuniu pesquisadores, estudantes e profissionais de diferentes regiões do país.

Entre mesas redondas e apresentações, os Grupos de Trabalho (GTs) criaram um espaço de conexão e troca de ideias. As apresentações científicas reuniram estudos sobre governo digital, inteligência artificial, cidadania, educação e meio ambiente.

Os trabalhos abordaram desde práticas comunicacionais em contextos de crise até experiências de participação social, evidenciando a diversidade de perspectivas que fortalecem o campo.

(Foto: Alice Mendonça, UFS)

Segundo a professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e do Curso de Relações Públicas da Universidade Federal de Alagoas, Laura Pimenta, o debate vai além de conceitos e práticas: trata-se de garantir que a comunicação dos órgãos públicos seja transparente, coletiva e orientada pelo interesse geral.

“Estamos sempre discutindo e refinando o conceito de comunicação pública, entendendo seus limites e diferenças em relação à comunicação governamental. Nosso objetivo é mostrar que a comunicação dos órgãos públicos precisa ir além do personalismo e estar sempre a serviço do interesse público. É isso que buscamos lançar luz com nosso trabalho”, explicou.

A doutoranda da Universidade Federal de Santa Maria, Gabriela Melo, destacou a importância das estratégias digitais no fortalecimento da relação entre Estado, universidade e sociedade. Para ela, a pesquisa na área é essencial para ampliar a participação social e tornar visíveis os trabalhos desenvolvidos pelas instituições de ensino, mesmo diante de desafios como a desinformação.

“Meu estudo é sobre comunicação política, mas também acabamos abordando a defesa das universidades, que hoje não podemos separar. Acredito que é muito importante trazer esse debate para refletir sobre como promover a participação social e publicizar o trabalho desenvolvido nas universidades, enfrentando tantos obstáculos de desinformação. Vimos isso claramente durante a pandemia. Por isso, essas estratégias digitais precisam ser repensadas e reformuladas para garantir, ao menos, um mínimo de participação”, pontuou.

(Foto: Alice Mendonça, UFS)

 

Após as apresentações, o público participou do lançamento de oito livros organizados por membros da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública) e por pesquisadores convidados. As obras abordam diferentes dimensões da comunicação pública e o papel do Estado e da sociedade na garantia do direito à informação. O momento também marcou a reabertura da Livraria da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que voltou a funcionar no campus de São Cristóvão e foi palco de celebração entre autores, leitores e participantes do congresso.

Integração de cultura na UFS

A superintendente de comunicação da UFS e integrante da organização do evento, Maíra Bittencourt, destacou que o lançamento das publicações e a reabertura da livraria foram pensados como parte de uma mesma celebração, integrando cultura, leitura e comunicação em um só momento.

“A gente aproveitou o evento, que já teria o lançamento de livros, e casava bem com a data que estávamos planejando a inauguração. Aproveitamos o momento para trazer o público da comunicação, jornalistas e comunicadores, que também podem dar visibilidade a esses produtos e à ação como um todo, de reinauguração da livraria e incentivo à cultura”, explicou.

(Foto: Alice Mendonça, UFS)

Para Maíra, a proposta vai além de apresentar obras: é uma forma de incentivar o hábito da leitura e valorizar a produção acadêmica dentro da universidade. “A gente entende que a comunicação, a arte e a cultura têm tudo a ver, e esse momento se torna ainda mais especial pelo evento que está acontecendo. É uma mensagem de incentivo à leitura e à produção bibliográfica, num tempo em que tudo é tão rápido nas redes sociais, precisamos fomentar a leitura aprofundada, a pesquisa e o conhecimento. A universidade tem esse papel, e os comunicadores também são agentes dessa transformação “, relatou.

Com o encerramento das apresentações e o lançamento das publicações, o clima acadêmico deu espaço à arte. O cantor e compositor Pedro Lua encerrou a programação da terça-feira (21) com um show que destacou com intensidade a essência sergipana.

O III ComPública tem como patrocinadores Banco do Nordeste, Banese, Social Media Gov, Tribunal de Contas de Pernambuco. Os parceiros são Governo do Estado de Sergipe, Universidade Federal de Sergipe, DCOS, Doity, Compolítica e os apoiadores são Assembleia Legislativa, deputada estadual Linda Brasil, Prefeitura de Aracaju, Ebserh, Hotel Celi Connect e Fames (Federação dos Municípios do Estado de Sergipe).

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