Estudo em quatro prefeituras mostra barreiras para a efetividade da Comunicação Pública

Um estudo sobre as práticas de comunicação pública em quatro municípios de SC. É o que fez o agora Mestre em Comunicação João Paulo da Silva. Ele estudou a atuação dos governos de Nova Trento, Itapema, Itajaí e Joinville no trato com o cidadão a partir do primeiro contato. O autor destaca a importância de considerar a Comunicação Pública não apenas como tarefa do Estado, mas “de todas as esferas e agentes da sociedade”. Os capítulos trazem reflexões sobre comunicação pública; o trabalho dos jornalistas nos órgãos públicos; Lei de Acesso à Informação; mostra a pesquisa realizada no Estado de Santa Catarina e discute a comunicação pública e o cidadão.
O autor destaca que há outros interesses que se sobressaem sobre o interesse público, que profissionais comissionados tendem a uma maior produção de conteúdos que não só o interesse público e que a concepção de comunicação pública para os profissionais que atuam nas prefeituras não é clara, “ao menos no que se estabeleceu para este trabalho”.
Também conclui que “pensar a comunicação pública efetiva no âmbito da administração pública é uma grande barreira a ser vencida. Esse fator não depende apenas dos profissionais que a fazem, mas também de toda estrutura administrativa, nesse caso, a brasileira. A comunicação pública deve ser uma comunicação de Estado e não de governo, deve privilegiar o cidadão e não o agente político. E, ao analisarmos as leis, principalmente a Constituição Federal, entende-se que a comunicação pública não é uma opção para a administração pública. Ela é um dever embora, muitas vezes, refutado pela determinação que essa concepção assume. Ao buscar os caminhos norteadores por meio da legislação, o que é uma obrigação ao se referir à administração pública, não há outra opção para uma comunicação dos órgãos públicos que não seja a comunicação pública”. Ao final, afirma que “a comunicação pública é o caminho e que ações de comunicação pública isoladas não representam a sua efetivação”.
Ele propõe, entre as conclusões do trabalho, que “é preciso uma relação maior entre academia e os jornalistas, envolvendo a criação de disciplinas dentro dos cursos de graduação, cursos de extensão, mestrados e doutorados profissionais, manual de comunicação pública, além da conscientização dos políticos sobre o papel dos jornalistas dentro de um órgão público. Esses fatores são primordiais, afinal pelo que percebeu-se na pesquisa, o conceito de comunicação pública ainda é muito vago para quem está no exercício profissional”.
Conheça o trabalho apresentado no Mestrado de Comunicação da Universidade Federal do Paraná sob a orientação da professora Celsi Silvestrin e aprovado com distinção aqui: A comunicação Pública em prefeituras de SC

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