Estudo mostra abordagem superficial da imprensa sobre crack

Reforço de preconceitos e abordagem superficial da imprensa reforçam os processos de exclusão social dos usuários de crack. 

Dissertação de mestrado de Larissa de Abreu Queiroz, pela Universidade Federal de Santa Catarina, dentro do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, aponta utilização de abordagem superficial ao tratar do uso de crack, reforço de estigmas e preconceitos sobre os usuários, bem como processos de exclusão social, afastando-os dos serviços e ações de saúde.

Os dados mostraram uma abordagem alarmista no discurso midiático em relação ao crack, com poucas informações referentes a pesquisas científicas. Além disso, foram frequentemente utilizadas palavras e expressões que reforçam estigmas e preconceitos sobre o usuário

A pesquisa teve como objetivos analisar informações sobre crack veiculadas em dois jornais de circulação nacional e realizar revisão sistemática da literatura científica sobre crack e mídia. O estudo contém revisão sistemática sobre crack e mídia nas bases de dados Lilacs, Medline, Psycinfo, SciELO e Scopus. As buscas originaram um total de 306 artigos e, após aplicados os critérios de exclusão e inclusão, 13 artigos foram selecionados para análise.

foto: Morador de rua exibe pedra de crack e cachimbo em cracolândia no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Foto: Marco Gomes/CC. Revista Em Discussão! edição 08, revista publicada pelo Senado Federal, agosto de 2011

Outra parte consistiu em pesquisa documental de notícias sobre crack nos jornais Folha de S. Paulo e Carta Capital. Foram coletadas 347 notícias dentro do período de 1 ano e, selecionadas 109 a partir dos critérios de inclusão e exclusão. Dessa pesquisa resultou o segundo artigo científico. Os resultados apontaram que as fontes mais utilizadas pelas reportagens foram políticos (39,45%), seguidos pelos profissionais jurídicos (20,18%) e depoimentos de usuários de crack (16,51%). Com relação às consequências sociais do uso do crack, as mais citadas foram tráfico (42,20%), confronto com a polícia (15,60%) e roubos e/ou furtos (11,93%).

A consequência física predominante nas matérias foi a dependência química (76,15%). Como intervenção ou alternativa para lidar com o consumo da droga, o tratamento foi apresentado em 62,39% das reportagens, seguido da repressão com 39,45%.

Texto obtido a partir do resumo da dissertação.

Conheça o trabalho aqui.Imprensa&Crack

foto da home: http://www.vivasemdrogas.com.br/fique-sabendo/crack.html

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