O seminário “O papel e a carreira do comunicador no serviço público federal”, realizado em 5/12, no auditório da Faculdade de Comunicação (FAC) da Universidade de Brasília, gerou importantes reflexões sobre os desafios enfrentados diariamente por comunicadores públicos.
“Nós precisamos fortalecer a democracia do nosso país e, sem uma comunicação pública de qualidade, não há democracia”, destacou a reitora da UnB e presidente da Andifes, Márcia Abrahão, na abertura do seminário.
A presidente da ABCPública e mediadora do debate, Cláudia Lemos, afirmou que a carreira de comunicador é um tema muito precioso para a entidade. “Nós acreditamos que uma carreira forte é necessária para cumprir o nosso papel de comunicadores públicos, com foco no cidadão. E acreditamos que isso só é possível com profissionais com formação adequada e com carreiras em que tenham segurança e estabilidade para desenvolver políticas de longo prazo, preocupadas com a missão da Comunicação Pública”, declarou.
Os expositores do seminário foram Octavio Pieranti, assessor da Secretaria de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Douglas Andrade da Silva, servidor do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), e Inesita Soares de Araújo, pesquisadora da Fiocruz.
Para Inesita Soares, apesar da importância do lugar que os profissionais de comunicação ocupam na vida institucional e da sociedade, é um lugar que tem muita dificuldade em ser reconhecido pela maior parte das organizações. Sua fala foi baseada na experiência da pesquisadora em estudos sobre a Comunicação do SUS, onde viu de perto as dificuldades enfrentadas pelos servidores. “A luta por melhores lugares do comunicador público é uma luta política, antes de mais nada”, pontuou.
“A comunicação pública tem que chegar a todas e todos brasileiras e brasileiros e nós, que militamos nessa área, nós que somos servidores públicos, não podemos descansar enquanto essa meta não for cumprida”. De acordo com Octavio Pieranti, para essa expansão acontecer, é necessário que seja possível contar com profissionais na área de comunicação, concursados, estáveis, e com todo preparo que essa profissão demanda. Pieranti destacou a expansão da rede de rádios e TVs das universidades e institutos federais em andamento e a importância de profissionais para viabilizar o funcionamento dos novos veículos.
Douglas Andrade explicou que o diálogo com os servidores tem sido retomado pelo MGI. “Apesar de não ser da área de comunicação, reconheço a importância da comunicação pública e de como o Estado tem que ter capacidade para fornecer os recursos para que os órgãos e as entidades implementem essa comunicação”, disse.
Realizado pela ABCPública, em parceria com a Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo – Abej, o Colégio de Gestores de Comunicação das Universidades Federais – COGECOM e a FAC/UnB, o evento integrou a programação do encontro de gestores de comunicação dos institutos federais, promovido pelo Ministério da Educação.
Segundo a professora Marluce Zacariotti, presidente da Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (Abej), o debate é essencial para entender o papel do comunicador como um ser social, que atua na sociedade, e que tem um papel importante também na educação. “É fundamental um evento como esse, em que a gente coloca como pauta a importância do papel do comunicador na Comunicação Pública, porque sem esse comunicador, a gente sofre, pois a Comunicação Pública deve ter como princípio atender ao direito do cidadão a ter uma comunicação pública eficiente”, afirmou.
Adriana Souza, representante do Comitê de gestores de comunicação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica; Dione Moura, Diretora da FAC/Unb; e Ricardo Sangiovanni, representante da Colégio de Gestores de Comunicação das Universidades Federais (COGECOM), também estiveram presentes no abertura do evento.