ABCPública participa de curso da Abraji sobre instituições brasileiras

O presidente da ABCPública, Jorge Duarte, ministrou sobre comunicação pública no curso ‘Reporta+ : mecanismos de controle, transparência e jornalismo investigativo’, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

O curso contou ainda com parceria da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).  Totalmente gratuito, foi voltado para jornalistas, estudantes de comunicação e servidores da área de comunicação pública.

Foram 50 horas de conteúdo distribuídas em seis módulos temáticos que percorrem o funcionamento do estado brasileiro, a estrutura dos órgãos de controle, fundamentos de direito administrativo e financeiro, uso de inteligência artificial em investigações e boas práticas de transparência e comunicação pública.

Jorge Duarte ministrou o último módulo do curso, destacando o papel e responsabilidade da comunicação na área pública como função estratégica orientada ao cidadão e integrada ao ciclo de políticas, programas e ações das instituições.

“Abordei o potencial da comunicação estratégica como meio para coordenar ações, definir estratégias, executar, explicar e entregar melhor. Também enfatizei que comunicar é responsabilidade de todo servidor público e tentei mostrar que comunicar bem é fazer a política pública e ação de governo funcionarem melhor”, disse.

Na trajetória histórica, Jorge abordou a passagem de um modelo de comunicação na área pública centrado em propaganda e assessoria de imprensa — muito atrelado à figura do governante — para uma compreensão mais institucional e cidadã, impulsionada pela Constituição de 1988, por avanços como a Lei de Acesso à Informação e por pressão por transparência e participação.

“Mostrei que, apesar dos avanços, persiste um descompasso entre o que a legislação e as boas práticas demandam e o que muitas organizações fazem no dia a dia: comunicar para “aparecer” em vez de comunicar para entregar valor público, traduzido por entendimento, uso de serviços, confiança e prestação de contas”.

A palestra também apontou desafios atuais na área pública: campanhas de desinformação; pouca estrutura e recursos (inclusive de equipes); tratamento da comunicação por disciplinas isoladas; cultura da emissão (fala-se muito, ouve-se pouco e há pouco diagnóstico); e confusão entre comunicação pública e comunicação política. Com base em diagnósticos da ABCPública, evidenciei a baixa integração da comunicação aos processos de decisão, dificuldades de conexão com o cidadão e a visão de que a comunicação ainda é tarefa operacional.

Como caminhos para avançar, o presidente da ABCPública propos institucionalizar a comunicação (políticas e governança), ampliar sua contribuição nos processos decisórios, ampliar a profissionalização dos setores e adotar práticas como linguagem simples e serviços centrados no usuário. “A ideia central foi discutir sobre o fato de que quando a comunicação deixa de ser mera vitrine e passa a ser infraestrutura do serviço público, melhora a execução, a explicação e a entrega de resultados — gerando benefícios concretos para o cidadão”.

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