Comunicação Pública e desinformação em saúde: análise das estratégias comunicacionais do Ministério da Saúde na cobertura da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e contra o Sarampo de 2018

MOTTA, J. R. Comunicação Pública e desinformação em saúde: análise das estratégias comunicacionais do Ministério da Saúde na cobertura da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e contra o Sarampo de 2018. [ANAIS] XV Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas, São Paulo, 2021.

MOTTA, J. R.

O presente texto debruça-se sobre as estratégias comunicacionais da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e contra o Sarampo empreendidas pelo Ministério da Saúde (MS) em 2018, com o objetivo de verificar em que medida as ações desenvolvidas confrontaram a desinformação em torno da recusa e resistência à imunização. Partindo do pressuposto de que
a campanha de vacinação é uma comunicação entre Estado e Sociedade que deve ser pautada pelo interesse público, sendo fundamental na sua concepção o planejamento de processos, estratégias e ações, visando o alcance de direitos fundamentais, questiona-se a eficácia discursiva das peças publicitárias da campanha. O corpo teórico-metodológico dialoga com o
conceito de comunicação pública e ecossistema da desinformação (WARDLE;
DERAKHSHAN, 2017), que abrange desde notícias falsas, informação propositalmente enganosa motivada por falsas crenças até conteúdo impostor, quando fontes verdadeiras são imitadas. O objeto empírico desta pesquisa é composto por peças publicitárias produzidas pelo MS para a campanha, como vídeos, cartazes, filipetas e um Blog de fact-checking, examinados
a partir da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2016; LAVILLE; DIONNE, 1999). A pesquisa evidenciou pouco entendimento dos gestores do MS sobre as estratégias de construção de mensagens falsas e de seus processos de disseminação, resultando na apresentação de uma campanha com discurso pouco eficaz na defesa da vacinação e com limitada capacidade de se
contrapor a crenças enraizadas na população e amplamente referendadas pela informação enganosa.

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