Agências publicitárias receberam 70%, Facebook e Twitter ganharam R$ 600 mil.
O governo federal gastou R$ 222 milhões com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência em 2017. A maior parte dos recursos foi destinada às agências de publicidade Propeg, Leo Burnett e Nova/SB, que atendiam a conta de publicidade da Presidência da República.
As 3 agências tinham contrato com o governo até o início de 2017. A Secretaria de Comunicação abriu uma licitação para contratar 3 novas empresas. O resultado saiu em abril, mas por disputas no processo de licitação, só foi oficializado em agosto.
Das 3 primeiras colocadas, duas delas foram retiradas do processo. A Young & Rubican, 2ª colocada, se retirou do pleito em abril. A DPZ&T, 3ª colocada, foi excluída por problemas com sua documentação.
Atualmente, as 3 empresas com contrato com o governo são: NBS/PPR, Calia e Artplan. Eis 1 resumo sobre as 3 agências:
- a NBS/PPR atendia as contas da Petrobras e da Oi. É ligada à Isobar, uma das agências de publicidade digital do Palácio do Planalto;
- a Artplan foi fundada pelo empresário Roberto Medina, criador do Rock in Rio. Tem bom trânsito nos círculos empresariais e políticos do Rio de Janeiro. É próxima também ao ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves, preso em junho de 2017 na Operação Manus.
- a Calia é ligada a Gustavo Mouco, irmão de Elsinho Mouco, publicitário do MDB e chefe da comunicação digital de Michel Temer. Elsinho foi o responsável pela criação da atual marca do governo federal.
Os gastos do governo federal com a Secretaria de Comunicação Social estão disponíveis no Portal da Transparência.
As 3 agências receberam, em 2017, R$ 158,2 milhões –o equivalente a 71,3% do total gasto pela Secretaria de Comunicação Social neste ano.
O valor é semelhante ao que o governo desembolsou nos últimos anos com a Secretaria de Comunicação. Em 2016, ano desde 2010 em que o Planalto mais desembolsou recursos com a pasta, foram R$ 315 milhões investidos. Antes disso, porém, o valor gasto era na casa dos R$ 200 milhões por ano.
REDES SOCIAIS
Além das despesas com emissoras de TV (como a TV Globo, SBT e Record), o governo também desembolsou R$ 462 mil com o Facebook e R$ 121 mil com o Twitter, duas das principais redes sociais.
A rede de Mark Zuckerberg foi a 13ª empresa a receber o maior aporte do governo federal (contando os investimentos por CNPJ).
Os investimentos nas plataformas digitais tem o objetivo de impulsionar as campanhas do Planalto. O governo usou recursos públicos para investir em peças favoráveis à reforma da Previdência e à trabalhista.