O evento online “Política de Comunicação: da teoria à prática”, promovido pela ABCPública no dia 29 de maio, reuniu profissionais e pesquisadores de todo o país para discutir a construção e a implementação de políticas de comunicação em instituições públicas. Mais de 50 pessoas acompanharam o encontro ao vivo, pelo Google Meet e YouTube.
A iniciativa foi organizada pelo Comitê Temático de Regulamentação, com apoio das diretorias nacional e regionais da associação. A coordenadora do comitê, Rachel Gonçalves, que conduziu o debate, destacou a carência de documentos normativos sobre o tema em diferentes órgãos e esferas da administração pública. “Sabemos que há um vácuo normativo, e esse ainda é um processo que precisa ser melhor trabalhado nas instituições”, afirmou.
A programação foi aberta pelo professor doutor Wilson Bueno, que explicou o conceito de política de comunicação, diferenciando-o do plano de comunicação. Ele abordou os principais modelos existentes, os passos necessários para sua construção e a importância da criação de mecanismos de avaliação. “Na área pública, a política de comunicação deve estar em estreita sintonia com os princípios que regem a comunicação pública”, destacou.
Experiências práticas
Três experiências concretas foram apresentadas ao longo do evento. Representando o Tribunal de Contas de Rondônia, o gestor de Comunicação Wendell Rodrigues relatou a experiência do órgão, reforçando a importância de uma política acessível e centrada no cidadão. “Quando começamos a pensar e estruturar nossa política de comunicação, adotamos como critério central colocar o cidadão no centro do processo. Por muito tempo, a Comunicação Pública falou de si para si mesma”, avaliou.
Na sequência, Cláudia Lemos, do Escritório de Gestão Estratégica da Diretoria de Comunicação e Mídias Digitais da Câmara dos Deputados, e Ana Marusia Lima, supervisora de Relacionamento e Participação, compartilharam o processo de elaboração do documento na instituição. A política foi construída em cinco etapas: benchmarking externo, benchmarking interno, debates com os comunicadores da Casa, elaboração da minuta e consulta pública. Embora o documento ainda não tenha se tornado um ato oficial, ele já serve de base para diversas normativas internas. “Mesmo sem formalização, a política tem orientado documentos e práticas dos servidores, sempre referenciados pelo texto aprovado pelo Conselho de Comunicação”, explicou Cláudia.
Fechando a rodada de apresentações, Carlos Domingos, profissional da área de marketing do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), detalhou o processo de formulação da política de comunicação da instituição. Segundo ele, o percurso envolveu a criação de uma agenda, formação de equipe, elaboração da proposta e aprovação final. Domingos ressaltou ainda o papel estratégico da alta gestão. “Defendemos o tema junto a outras instâncias, participamos de reuniões e buscamos adesão de diversos setores. É um trabalho que exige convencimento, consensos e conquistas”, destacou.
Ao final, os participantes puderam interagir com os palestrantes por meio do chat, esclarecendo dúvidas e ampliando o debate. A gravação do evento está disponível na área restrita a associados no site da ABCPública.