ABCPública se manifesta sobre ataques à imprensa
A Comunicação Pública não é feita apenas pelos profissionais de comunicação que trabalham nas instituições públicas, mas por todos que as integram, sendo os seus dirigentes os principais porta-vozes dessas entidades. Quando a autoridade máxima do país e outras autoridades públicas endossam ataques à imprensa, com comportamentos misóginos, homofóbicos, racistas, arbitrários, não é apenas a instituição que se macula: a democracia é atingida e perde toda a sociedade.
Ressalte-se que comportamentos sexistas não têm sido exclusivos do Governo Federal. Estão disseminados na sociedade, inclusive na oposição e na imprensa. Mas a recorrência desses casos no âmbito do Estado gera especial preocupação. Das autoridades públicas é legalmente exigido decoro, e moralmente exigido um comportamento exemplar. A misoginia institucionalizada é um estímulo à violência contra a mulher.
Diante disso conclamamos todos os brasileiros, os profissionais de comunicação, em especial os do campo público, a combaterem tais comportamentos e assim construirmos um ambiente de comunicação e uma sociedade menos violentos. Não podemos ficar indiferentes perante condutas que ofendem a dignidade humana.
Por fim, nos solidarizamos com todas as colegas que vêm sofrendo cotidianamente com esses ataques, especialmente com a jornalista Patrícia Campos Mello, vítima do mais recente e inaceitável caso.
Brasília, 19 de fevereiro de 2020
Associação Brasileira de Comunicação Pública